São Jorge /Açores: Administrador diocesano «interdita» celebrações nas Fajãs e «desaconselha» nas Velas, por causa da atividade sismovulcânica

Cónego Hélder Fonseca Mendes destaca disponibilidade dos sacerdotes no apoio às comunidades e manifesta intenção de visitar a ilha

Foto Lusa; Habitantes de São Jorge deixam a ilha, devido à crise sismovulcânica

Angra do Heroísmo, Açores, 26 mar 2022 (Ecclesia) – O administrador diocesano de Angra informa que por “prudência” não se realizam celebrações nos centros de culto das Fajãs e desaconselha-as nas igrejas do concelho das Velas, este sábado e domingo, em São Jorge, por causa da atividade sismovulcânica.

“Embora não haja nenhuma determinação oficial e técnica relativamente ao culto público, entendemos a prudência de, neste fim de semana, interditar as celebrações comunitárias nos centros de culto das fajãs, desaconselhar as mesmas nas igrejas do concelho das Velas e recomendá-las vivamente em todas as igrejas do concelho da Calheta”, explica o cónego Hélder Fonseca Mendes, numa nota enviada à Agência ECCLESIA pelo portal ‘Igreja Açores’.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) informa que foi detetado um “aumento significativo” da frequência da atividade sísmica na ilha de São Jorge, nos Açores, desde as 17h00 do dia 19 de março.

Ao longo desta semana, o administrador diocesano de Angra tem estado “atento” e a acompanhar a situação em São Jorge, através do “contacto direto com todos os párocos, os presidentes do governo e do município de Velas, e com a proteção civil regional”.

Neste contexto, o cónego Hélder Fonseca Mendes afirma que “é de louvar a permanência de todos os párocos na ilha de S. Jorge”, nomeadamente em Rosais, Urzelina, Norte Grande, Calheta, Ribeira Seca e Topo.

“Estão todos contactáveis e disponíveis para o apoio às suas comunidades”, assinala o sacerdote, destacando também o esforço na “proteção e reposicionamento” do  património móvel e integrado de maior valor, “para que se possam dedicar agora às pessoas”.

Aos jorgenses, o sacerdote explica que “enquanto uns se preparam para sair da ilha, se for necessário, existem quem se prepare para “receber quem precisar”, e adianta que a Cáritas dos Açores já fez chegar à ilha de São Jorge “uma centena de colchões, cobertores e toalhas para apoiar as paróquias de acolhimento”.

“A certeza da fé no Senhor Santo Cristo da Caldeira, da caridade no Senhor Espírito Santo e da esperança de Nossa Senhora são forças interiores para lidar nesta situação de incerteza e dificuldade”, conclui o cónego Hélder Fonseca Mendes.

Na nota, divulgada pelo sítio online ‘Igreja Açores’, o administrador diocesano de Angra revela que pretende “estar pessoalmente” com os padres e as comunidades cristãs que passam por esta tribulação, na próxima semana.

A ilha de São Jorge tem estado a viver momentos de sobressalto com a intensificação da atividade sismovulcância que já provocou alguns abalos de terra mais violentos sentidos pelas populações, e obrigou à evacuação de pessoas a interdição de vários locais.

O presidente do Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA), Rui Marques, alertou que a chuva prevista para este sábado, conjugada com a crise sísmica, pode provocar desabamentos em São Jorge, onde a atividade sísmica “continua acima do normal”.

CB

 

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