Açores: Pároco dos Rosais e Santo Amaro, na ilha de São Jorge, pede confiança «nas autoridades e em Deus»

Atividade sismovulcânica continua acima do normal e padre Sandro Costa manifesta proximidade às suas comunidades

Angra do Heroísmo, Açores, 25 mar 2022 (Ecclesia) – O pároco dos Rosais e Santo Amaro, na ilha açoriana de São Jorge, “no coração da crise” sismovulcânica, explica que estão “assustados e apreensivos” mas incentiva à serenidade e ao respeito pelas orientações das autoridades de proteção civil.

“Estamos assustados e apreensivos mas temos de estar igualmente confiantes: nas autoridades e em Deus”, disse o padre Sandro Costa, pároco nas duas zonas mais afetadas da ilha de São Jorge, e que integram ainda os lugares de Queimada e Toledo.

O pároco dos Rosais e Santo Amaro, ao portal diocesano ‘Igreja Açores’, revelou que está “preocupado, sobretudo com a comunidade de Santo Amaro, mais envelhecida”, e que tem menos mobilidade mas confia que vão “conseguir sair todos desta situação”.

“Quero dizer às minhas comunidades que não as abandonarei: Onde elas estiverem, aí estarei”, acrescentou o padre Sandro Costa, referindo que são momentos “de ansiedade e de angústia, medo”.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) informa que foi detetado um “aumento significativo” da frequência da atividade sísmica na ilha de São Jorge, nos Açores, desde as 17h00 do dia 19 de março.

A Diocese de Angra informa que a Igreja foi chamada a integrar o plano de contingência, nomeadamente com os sinos que devem tocar em caso de alerta; O padre Sandro Costa adiantou também que já protegeu algum património móvel das igrejas das suas paróquias.

Esta quinta-feira, por exemplo, os habitantes das fajãs – pequenas planícies junto ao mar que tiveram origem em desabamentos de terras ou lava – do Concelho das Velas, em São Jorge, começaram a ser retirados, e passou a ser proibido ir para aquelas zonas devido à crise sismovulcânica, uma decisão tomada com base na declaração de alerta, que vai vigorar das 00h00 de sábado até às 23h59 de segunda-feira, dia 28 de março.

O presidente do Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA), Rui Marques, alertou que a chuva prevista para esta sexta-feira e sábado, conjugada com a crise sísmica, pode provocar desabamentos em São Jorge, onde a atividade sísmica “continua acima do normal”.

O CIVISA elevou o nível de alerta vulcânico na ilha de São Jorge para V4 (de um total de cinco), o que significa “possibilidade real de erupção”, na quarta-feira, dia 23, e a Proteção Civil dos Açores ativou o Plano Regional de Emergência.

A ilha de São Jorge está organizada administrativamente em dois concelhos, Velas e Calheta, onde vivem, respetivamente, 4936 pessoas e 3437, segundo os dados provisórios dos censos da população de 2021.

CB

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