Santarém: «Nada substitui a experiência e o contacto direto do público dentro do museu», diz conservadora

Museu diocesano dinamiza atividade dedicada ao Dia dos Avós

Foto: Agência ECCLESIA/HM

Santarém, 25 jul 2020 (Ecclesia) – Eva Neves, conservadora do Museu Diocesano de Santarém, afirma que “nada substitui a experiência e o contacto direto do público dentro do museu”, mas admite que “o paradigma mudou” com a pandemia de Covid-19.

“O grande desafio é conseguirmos permitir essa experiência completa aos visitantes, conseguirmos que possam vir”, disse a especialista sobre o futuro dos museus, em declarações à Agência ECCLESIA.

Eva Neves sublinha que o setor digital e tecnológico “foi muito importante” para estabelecer “alguma ligação entre o museu e o público” através das redes sociais, dos sítios online.

Neste contexto, observa que um museu que “não tenha nenhuma plataforma” nestes meses de isolamento social “fechou por completo o contacto com o público” e, cada vez mais, têm de “prever recursos humanos e financeiros para os conteúdos destas plataformas”.

“Nada substitui a experiência e o contacto direto do público dentro do museu”, afirma Eva Neves, nova diretora do Secretariado Diocesano das Migrações e Turismo.

Em março, abril, maio e junho, o Museu Diocesano de Santarém teve uma quebra de “94% de visitantes”, a conservadora contextualiza que eram meses em que chegavam “muitos grupos organizados que não puderam circular”; em julho regista-se uma “ligeira retoma, mas com decréscimo de 70% a comparar com os últimos dois, três anos”.

Segundo a entrevistada, o público estrangeiro “era uma percentagem significativa” dos visitantes e vai ser necessário “pensar uma forma de chegar mais facilmente ao público nacional”, “à mesma escala”.

“Esta relação com os residentes locais é o grande desafio neste futuro mais próximo. Em Santarém temos ainda pessoas que nem sequer ouviram falar do Museu Diocesano. É também uma questão de as pessoas perceberem que isto é um bem, que é publico, é de todos e deve ser usufruído por todos”, desenvolveu.

A especialista assinala que registaram um aumento de pessoas “aos fins-de-semana, quando as pessoas circulam mais” e são os dias que “mais visitantes têm trazido ao museu”, que “vai continuar de portas abertas”.

Neste domingo, decorre um final de tarde com ‘Fado no Pátio’ pelo Dia dos Avós – “Dia de São Joaquim e Santa Ana” e pelos 100 anos do nascimento de Amália Rodrigues, das 16h30 às 18h30, e é necessário inscrição prévia.

“Devemos estar a meio da capacidade do pátio. A ideia das inscrições é tentar evitar que as pessoas venham e não possam entrar, e garantir que as pessoas têm o seu lugar”, acrescentou Eva Neves.

A abertura solene do Museu Diocesano de Santarém a 12 de setembro de 2014 teve a presença do presidente da República Portuguesa, Aníbal Cavaco Silva; No ano seguinte, o projeto venceu a oitava edição do Prémio Vasco Vilalva, atribuído anualmente pela Fundação Gulbenkian.

A conservadora do Museu Diocesano de Santarém assinalou que a coleção “continua em mudança”, inicialmente não pensaram que “seria tão rápido começar a receber doações, até de privados”, “muitos pedidos de paróquias” para depósito de peças que “não estão em condições, que não estão valorizadas”, e adiantou que estão a preparar o “dossiê de candidatura” para integrarem a Rede Portuguesa de Museus.

CB/OC

Santarém: Saúde pública e proteção do património são preocupações interligadas na reabertura do Museu Diocesano e da Catedral (c/fotos)

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