Refugiados: Hospitalidade é «maior segurança» contra o terrorismo, diz o Papa

Francisco pede «coragem, compaixão e generosidade» a antigos alunos Jesuítas

Cidade do Vaticano, 17 set 2017 (Ecclesia) – O Papa Francisco recebeu hoje no Vaticano cerca de 170 antigos alunos jesuítas, a quem disse que a promoção da hospitalidade numa era de migrações forçadas é a melhor forma de prevenir o terrorismo.

"Lembrem-se de que a verdadeira hospitalidade é um profundo valor evangélico, que alimenta o amor é a nossa maior segurança contra os odiosos atos de terrorismos", sustentou, perante os participantes na conferência ‘Migração Global e crise de refugiados: é hora de refletir e agir’, a quem pediu “coragem para superar a crise”.

“Pela vossa educação jesuíta são convidados a ser companheiros de Jesus e, sob a orientação de Santo Inácio, são enviados ao mundo para ser homens e mulheres ‘para’ e ‘com’ os outros”, disse o Papa aos participantes do encontro promovido pela Confederação Europeia e a União Mundial dos Ex-Alunos e Alunas dos Jesuítas – Companhia de Jesus.

Francisco recordou que, devido à “maior crise humana, desde a Segunda Guerra Mundial”, hoje existem 65 milhões de pessoas – homens e mulheres, jovens e crianças – no mundo que são obrigadas a abandonar seus países e familiares e “têm o direito de viver em paz” e querer um futuro para seus filhos.

“Este número sem precedentes está para além de toda imaginação. A população deslocada do mundo hoje é agora maior do que a população da Itália! Se nos mexermos para além de meras estatísticas vamos descobrir que os refugiados são mulheres e homens, meninos e meninas que não são diferentes do que os nossos próprios membros da família e amigos”, desenvolveu.

Para o Papa, neste momento particular da história, “sente-se muito” a necessidade de pessoas que ouçam “o grito dos pobres” e lhes respondam com “compaixão e generosidade” mas, infelizmente, o mundo “está envolvido em numerosos conflitos” e deu como exemplo a “terrível guerra na Síria” e no Sudão do Sul.

No seu discurso apontou a “verdade perturbadora” de que “menos” de 50% de crianças refugiadas têm acesso à educação primária e pediu que os participantes aproveitem “as alegrias e sucessos” da sua educação para apoiarem a “educação dos refugiados no mundo”.

O pontífice argentino manifestou satisfação pela realização do congresso que reuniu “homens e mulheres que trabalham pelos outros”, de modo particular “para estudar as raízes da migração forçada”, durante uma semana, em Roma, onde reafirmaram a sua responsabilidade como promotores de um mundo melhor.

Recordando que no encerramento da Jornada Mundial da Juventude em Cracóvia pediu aos jovens que sejam corajosos, Francisco disse que os alunos formados nas escolas da Companhia de Jesus também devem ser corajosos em responder aos apelos dos refugiados no mundo e em oferecer “toda a sua liberdade, memória, inteligência e vontade férrea”.

No discurso divulgado pela Sala de Imprensa da Santa Sé, o Papa encorajou os participantes a acolher os refugiados em suas casas e nas comunidades para que a primeira experiência dos refugiados na Europa não seja “a experiência traumática de dormir nas ruas mas a calorosa receção humana”.

Neste contexto, agora que regressam a casa Francisco reforçou o pedido de ajuda para transformarem as “suas comunidades em lugares de acolhimento” onde todos os filhos de Deus “têm a oportunidade não apenas para sobreviver, mas para crescer, florescer e dar frutos”.

CB

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