Refugiados: Diretor do JRS-Portugal fala em «maior consciência» da população para drama humano

André Costa Jorge diz que país «soube estar à altura do desafio»

Lisboa, 18 jun 2021 (Ecclesia) – O diretor do Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS) em Portugal afirmou que existe uma “maior consciência” da população para os fluxos migratórios e os dramas desta população.

“Desde 2015, com a chamada crise dos refugiados, houve um despertar de consciências na sociedade portuguesa que se manifestou de uma forma expressiva, generalizada e preocupada”, disse à Agência ECCLESIA André Costa Jorge, em declarações a respeito do Dia Mundial do Refugiado que se comemora este domingo.

A mudança de mentalidades e de ações “materializou-se com a constituição da Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR)” e permitiu que Portugal mostrasse um “profundo humanismo”, realçou o responsável.

Este movimento ajudou os decisores políticos a manifestar uma “disponibilidade de acolhimento que ainda hoje se reflete”.

A Plataforma de Apoio aos Refugiados congregou “centenas de organizações, muitas delas da Igreja Católica” e é coordenada, desde 2018, pelo JRS.

Estas organizações foram as “grandes responsáveis” pelo acolhimento de “muitos refugiados” que, em 2015, acolhiam “cerca de 40 pessoas e, no final de 2020, acolhiam mais de 2 mil”, sublinhou André Costa Jorge.

Os números “abrandaram com a pandemia”, mas a sociedade civil portuguesa está atenta a “estas pessoas que não tinham condições de segurança nos seus países”.

Para o diretor da JRS-Portugal, o Papa Francisco foi “muito importante” nesta tomada de consciência porque, desde o início do seu pontificado, recordou que “os refugiados são irmãos”.

A forma de atuar dos portugueses em relação aos refugiados é reconhecida internacionalmente e a “PAR recebeu, em 2017, o prémio cidadão europeu, atribuído pelo Parlamento Europeu”.

“A sociedade civil portuguesa soube estar à altura do desafio, todavia, infelizmente, não foi assim em toda a Europa”, indicou André Costa Jorge.

O responsável do JRS-Portugal entende que há dirigentes que “não têm sabido estar à altura dos valores humanistas” que ajudaram a construir a União Europeia.

Para comemorar o Dia Mundial dos Refugiados 2021, a JRS, em conjunto com outras organizações, vai promover, a 23 de junho, um colóquio com o tema “Juntos acolhemos”, na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa.

LFS/OC

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