Publicação: «Que fazes aí fechada?», a alegria e em liberdade da Vida Consagrada no feminino

Obra de jornalista da Rádio Renascença desmistifica preconceitos através de oito histórias

Lisboa, 28 abr 2015 (Ecclesia) – O jornalista Filipe d’Avillez, autor do livro «Que fazes aí fechada?», quis apresentar “histórias fascinantes” de vida consagrada, incluindo duas religiosas de clausura, para superar preconceitos.

“As histórias que contei são fascinantes porque são histórias de vida. Isto não são profissões, não são hobbies, são vidas inteiras que estão aqui com todas as complicações que por vezes têm”, disse à Agência ECCLESIA.

O livro "Que fazes aí fechada?" relata a vocação de oito mulheres, sete portuguesas e uma albanesa, e nenhuma das entrevistadas está a “esconder-se ou a remoer corações partidos e desgostos amorosos”.

“É muito fácil dizer que o livro é fantástico porque estou a elogiá-las e às suas histórias”, acrescentou o jornalista da Rádio Renascença, que sempre teve o “fascínio” de perceber o que leva as mulheres a “consagrar-se inteiramente a Deus”.

A irmã Sara Pina, das Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, foi uma das entrevistadas e considera que a publicação é uma oportunidade de “refletir mais” sobre o significado e papel da vida consagrada na Igreja.

“No fundo, abri-las ao mundo para conhecerem o que fazemos dentro de quatro paredes”, gracejou, explicando que aceitou este desafio como oportunidade de também dar a conhecer a sua congregação.

O autor recorda a freira cujo pai “deixou de praticar” quando ela anunciou que ia entrar para o convento: “Não é uma história que tenha um final feliz, pelo menos do ponto de vista da irmã”.

“Há uma variedade enorme de histórias que são todas de relação pessoal com Jesus. Isso foi uma história que me marcou muito como autor das entrevistas”, desenvolveu Filipe d’Avillez.

O jornalista, que pretendia desmistificar ideias feitas e preconceitos, considera que o livro “consegue esse propósito” com a ajuda de religiosas jovens e “muito vivas”.

“Há muita vida para dar, muita liberdade”, frisa, destacando que uma das freiras de clausura disse que é “muito livre”: “As chaves estão do lado de cá”.

“Que há de mais radical senão a oferta da própria vida”, escreveu no prefácio Maria João Avillez que revela ter sido “testemunha direta” deste “realizar-se”.

A também jornalista conta a nona história de vida consagrada, de Verónica, sua filha que aos 28 anos com um emprego estável e namorado decidiu entrar para o Carmelo “com muito empenho, muito fôlego, muita vontade radical de Deus”.

Como mãe, explica os dois lados da questão, porque “nem tudo são marés altas nem marés baixas”.

“Tive o privilégio e a dor ao mesmo tempo, porque não tenho hoje a minha filha comigo, não sou avó dos filhos que ela poderia ter vindo a ter”, acrescentou Maria João Avillez, que disse ainda hoje existirem “ideias feitas” em relação ao que a sua filha faz.

A publicação é da chancela da Aletheia Editores, cuja responsável espera que as pessoas “percebam” porque é que uma “jovem bonita, sem desgostos de amor, se vai fechar num convento”.

Neste contexto, Zita Seabra refere que o livro “procura ser” um contributo para se perceber que “são opções de vida”.

CB/OC

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