Publicações: Novo livro do padre Eduardo Duque aborda «Valores e Religiosidade» em Portugal

«A religião continua a ter importância nas vidas para 62% dos portugueses em 2020»

Braga, 26 jul 2022 (Ecclesia) – O padre Eduardo Duque, professor na Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais no Centro Regional de Braga, da Universidade Católica Portuguesa (UCP), publicou o novo livro ‘Valores e Religiosidade em Portugal. Comportamentos e Atitudes Geracionais’.

“Vivemos tempos que exigem uma grande reestruturação das instituições, particularmente, das mais antigas. Isto porque o tempo presente, contrariamente às sociedades antigas, é agora mais imprevisível, reveste-se de grande complexidade, é um tempo muito agitado, aventureiro, de certa forma opaco e, como tal, muito dado a incertezas e ansiedades”, lê-se na conclusão da obra enviada à Agência ECCLESIA.

Este é também um tempo “voltado para a inovação e para as interdependências”, exige que as instituições não se foquem em problemas do passado, mas “procurem, de forma conjunta, aberta e dialogante fazer frente aos problemas do tempo presente”.

Segundo o padre Eduardo Duque, as pessoas pedem às instituições que “não se desliguem das suas vidas e dilemas”, mas que reestruturem a sua forma de dialogar, de entender os problemas, “sem predeterminação, que sejam instituições sempre abertas a novas formulações e alternativas”.

“A Igreja não pode ser alheia a estas transformações e fechar os olhos ao caminho que a sociedade está a prosseguir, mas também não tem que ir no corrupio escorregadio e presunçoso das tendências contemporâneas que são, muitas vezes, a simples negação, por negação, da tradição e que se impõem como sinónimo de progresso”, desenvolve.

O autor é professor na Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da UCP, no Centro Regional de Braga, e instituição de ensino divulga, no seu sítio online, que se a principal razão desta publicação é “perceber a forma como a sociedade portuguesa se posiciona em relação à dimensão religiosa”, este estudo pode considerar-se como que uma radiografia da sua religiosidade.

“Na medida em que se discorre sobre a autoidentificação religiosa, a pertença a uma religião, a matriz religiosa dominante, a assistência aos serviços religiosos e a sua dimensão valorativa, crencial e institucional”, acrescenta.

‘Valores e Religiosidade em Portugal. Comportamentos e Atitudes Geracionais’ é o resultado do estudo continuado das diferentes vagas do European Values Survey, particularmente, no que se refere à análise da dimensão religiosa.

Este livro debruça-se sobre os dados referentes a 2020, e o padre Eduardo Duque já tinha analisado e publicado sobre as duas vagas anteriores, a de 1990 e a de 2008.

Segundo a conclusão da obra assiste-se a “mudanças na estrutura socioreligiosa”, e que se revelam na “descida dos que se dizem religiosos”, de 73% em 2008, para 69% em 2020.

“Na descida entre os que se dizem católicos, de 76% para 69%; na descida mais intensa entre os jovens que se dizem católicos, eram 7 e passam a ser 4 em cada 10 e (desce 27 pontos percentuais); a prática dos católicos, que desce no geral, sobretudo, entre os que praticam com alguma frequência (em 2020, apenas 4 em cada 10 pratica com frequência ou pouca frequência)”, acrescenta.

Neste sentido, contabiliza também que é entre os jovens católicos que se verifica “a maior descida da prática frequente ou pouco frequente”, de 4 em cada 10 jovens, em 2008, eram, para 2, em 2020, e também se assiste a uma descida nesta prática entre “o grupo etário dos 30-49 anos, que passa de 42% para 28%”.

“No total da população que se encontra nas igrejas, apenas 5% é jovem e 75% tem 50 e mais anos”, indica o padre Eduardo Duque, no novo livro das Edições Afrontamento.

CB/OC

 

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