Portugal: Juristas Católicos defendem comportamento «irrepreensível» do cardeal-patriarca na resposta a casos de abusos

Associação manifesta «plena confiança» em D. Manuel Clemente

Foto: Patriarcado de Lisboa

Lisboa, 12 ago 2022 (Ecclesia) – A Direção da Associação dos Juristas Católicos (AJC) em Portugal manifestou hoje a sua “plena confiança” no cardeal-patriarca de Lisboa, sustentando que D. Manuel Clemente tem tido um comportamento “irrepreensível” na resposta a casos de abusos sexuais que teve de gerir.

“Tendo a atuação do senhor patriarca sido irrepreensível à luz das leis civis e canónicas, sendo o seu empenho notório na erradicação do mal objetivo dos abusos, as insinuações ferem pela sua injustiça e por confundirem, em lugar de contribuir para o apuramento da Verdade”, refere uma nota da AJC, enviada hoje à Agência ECCLESIA.

O texto responde a notícias que questionam o tratamento dado por D. Manuel Clemente a denúncias de abusos, com acusações de encobrimento.

“As peças jornalísticas que nos últimos dias têm sido notícia e que atingem o senhor cardeal-patriarca ofuscam em lugar de esclarecer, como deve ser missão do jornalismo”, refere a AJC.

Os juristas católicos sustentam que “a Igreja portuguesa assumiu, com coragem, como nenhuma outra instituição na sociedade, a tarefa de conhecer os erros dos seus membros, expondo-se à dor que o amor à Verdade inevitavelmente carrega”.

“Fê-lo pela exigência de reparar os danos causados às vítimas dos abusadores e pelo imperativo de purificar a sua ação em vista da missão de Amor que lhe está confiada”, acrescenta a nota.

A Direção da AJC questiona o tratamento mediático destes casos, por considerar que tem provocado um “ruído estéril, confundindo o trigo com o joio e prejudicando a investigação dos acontecimentos e o apuramento das suas causas.

A nota realça que D. Manuel Clemente tem sido “um grande entusiasta” da Associação dos Juristas Católicos, num apoio que é apresentado como sinal “ilustrativo do seu empenho em que a sociedade seja mais justa e conforme com os valores do Direito”.

“Por essas razões, a Associação vem exprimir o seu reconhecimento ao senhor patriarca pelo seu incansável contributo em favor da verdade e da justiça, e manifestar a plena confiança na sua pessoa e no seu ministério”, conclui o texto.

A 5 de agosto, o Papa recebeu em audiência privada, no Vaticano, o cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente.

O Patriarcado informou então, em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, que o encontro aconteceu a pedido de D. Manuel Clemente, tendo decorrido “num clima de comunhão fraterna e num diálogo transparente sobre os acontecimentos das últimas semanas que marcaram a vida da Igreja em Portugal”.

Após o encontro, o Secretariado Permanente do Conselho Presbiteral, a Comissão Coordenadora do Diaconado Permanente e a Comissão Permanente do Conselho Pastoral Diocesano do Patriarcado de Lisboa publicaram notas a manifestar o seu apoio a D. Manuel Clemente.

Milhares de pessoas assinaram, online, uma carta aos padres e bispos do país.

“Nós, católicos de Portugal, profundamente entristecidos com as notícias dos abusos sexuais cometidos por alguns membros do clero, vimos manifestar, de todo o coração, a nossa gratidão a todos os sacerdotes que são fiéis à sua vocação, à imagem de Jesus, o Bom Pastor e, de modo silencioso e discreto, diariamente fazem o bem às nossas famílias e comunidades”, pode ler-se.

OC

Lisboa: Comissão Permanente do Conselho Pastoral Diocesano reforça apoio a D. Manuel Clemente

 

 

 

 

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