Portugal: Juristas Católicos afirmam que «vale a pena votar» nas eleições europeias

Associação pede aos partidos políticos que «apresentam e esclareçam» as suas propostas

Lisboa, 22 mai 2019 (Ecclesia) – A Associação dos Juristas Católicos apelou ao voto nas eleições europeias deste domingo, pedindo  aos partidos políticos que “apresentem e esclareçam as suas propostas”, em especial, as “defesa da dignidade da pessoa humana”.

“Este ‘despertar das consciências’ tem de passar por um juízo crítico sobre as propostas apresentadas pelos partidos – o que simultaneamente pressupõe que os partidos apresentem e esclareçam lealmente as suas propostas em todas as matérias relevantes, em especial as mais diretamente ligadas à defesa da dignidade da pessoa humana”, escreve a associação.

Num comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA, os Juristas Católicos incentivam à responsabilidade de se votar nas eleições europeias e afirmam que uma Europa “desligada das suas raízes não pode saber para onde vai” e, “não sabendo quem é, não sabe o que oferecer”.

A associação alerta que, “pela primeira vez”, a União Europeia “enfrenta a possibilidade da sua redução geográfica”, e dá como exemplo o conhecido ‘Brexit’, sobre a saída do Reino Unido da União Europeia – que considera refletir “o cansaço de uma Europa burocratizada e desligada dos Estados e dos seus cidadãos”.

“Embora atualmente não exista o receio de um conflito armado entre Estados europeus, são evidentes distintas forças que ameaçam desintegrar a Europa e privá-la da unidade alcançada há quase 70 anos”, desenvolve.

Os Juristas Católicos observam que, “paradoxalmente”, a União, “que tantas vezes parece trazer insatisfação aos europeus, continua a ser atraente” para muitas pessoas que, fugindo de conflitos ou de condições de vida indignas, procura “reconhecimento da dignidade e da liberdade” que não encontra nos seus países.

No comunicado ‘Vale a pena votar porque sabemos quem somos e para onde vamos’, a associação destaca que Robert Schuman, católico, jurista, e um dos “Pais Fundadores da Europa”, afirmou que «a democracia deve a sua existência ao cristianismo».

Outras instituições e organizações católicas publicaram conteúdos e promoveram reflexão sobre as Eleições Europeias 2019, nomeadamente: Comissão Nacional Justiça e Paz, Cáritas Portuguesa e Cáritas Europa, Serviço Jesuíta aos Refugiados, Pax Christi, Movimento de Trabalhadores Cristãos, FEC – Fundação Fé e Cooperação.

Também os bispos portugueses ajudaram a pensar sobre “os principais desafios”, “no mundo em geral e especialmente em Portugal e na Europa”, e publicaram a carta pastoral ‘Um olhar sobre Portugal e a Europa à luz da doutrina social da Igreja’, no final da 196.ª Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (29 de abril – 02 de maio).

CB

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Agência ECCLESIA

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