Porto: Bispo alerta para «oceano de indiferença» que afoga os mais frágeis

Diocese vai apoiar Centros de Recuperação Nutricional, na Guiné-Bissau, e reforçar fundo solidário diocesano

Porto, 19 fev 2015 (Ecclesia) – O bispo do Porto alertou no início da Quaresma para o “oceano de indiferença” que “afoga os mais frágeis e asfixia os mais pobres” da sociedade, pedindo a intervenção solidária dos católicos.

“Mais do que lamentarmo-nos pelo declínio de uma civilização em fim de ciclo, que a violência, o terror, o medo e a miséria humana indiciam, devemos ser capazes de iluminar o mundo com a luz transformadora que nos vem de Deus e que nos dá fortaleza para denunciar o mal e coragem para construir o bem e edificar a paz”, declarou D. António Francisco dos Santos, durante a homilia da Missa de Quarta-feira de Cinzas.

Neste contexto, o prelado anunciou que a renúncia quaresmal da diocese se vai destinar, em parte, às “crianças e famílias” da Guiné-Bissau, “um dos países mais pobres do mundo”, em resposta ao apelo da Fundação Fé e Cooperação, da Conferência Episcopal Portuguesa”.

Desta forma, a Diocese do Porto vai ajudar os 25 Centros de Recuperação Nutricional, da Cáritas guineense que apoiam mais de 60 mil crianças, dez mil famílias e 320 comunidades por ano e precisam de reforçar equipamentos, infraestruturas e a formação dos ativos humanos.

A renúncia quaresmal vai reforçar também o Fundo Social Diocesano, para ir ao “encontro dos mais pobres” do Porto, onde a presença “solícita e pronta” da Igreja continua a ser “imprescindível”.

D. António Francisco dos Santos pediu aos católicos que participem na recolha de roupas a favor das crianças sírias refugiadas em campos no Líbano e na Jordânia, uma iniciativa do ex-presidente da República e antigo alto representante das Nações Unidas para a Aliança das Civilizações, Jorge Sampaio, e da Cáritas Portuguesa.

“Não podemos silenciar este crime de indiferença contra a dignidade humana e contra a paz nem podemos ficar insensíveis à urgência de uma resposta concreta, que está ao alcance de toda a sociedade civil e de cada um de nós”, alertou.

O bispo do Porto propôs que a diocese acolha e integre nos “planos paroquiais” a iniciativa ‘24 horas para o Senhor’, a realizar nos dias 13 e 14 de março por iniciativa do Papa Francisco.

O prelado sustentou que “urge” abrir as “portas” para celebrar em Igreja os mistérios sagrados da fé e partir para a missão que diariamente deve levar os crentes a “todas as pessoas e a todos os lugares da diocese”.

A Quaresma é um período de 40 dias marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa.

Neste contexto surge a renúncia quaresmal, prática em que os fiéis abdicam da compra de bens adquiridos habitualmente noutras épocas do ano, reservando o dinheiro para finalidades especificadas pelo bispo da sua diocese.

CB/OC

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