Páscoa: Bispo do Porto pede «alternativas às armas» para construir a paz

D. Manuel Linda alerta que situação na Ucrânia «pode chegar à ameaça e à destruição nuclear total»

Porto, 18 abr 2022 (Ecclesia) – O bispo do Porto apelou a uma aposta “em alternativas às armas”, para chegar à paz, falando neste domingo de Páscoa, na catedral diocesana.

“Como o Papa e com o Papa, garante visível da unidade da Igreja e servidor do homem, da verdade e da fé, apelo a que, se queremos a paz, apostemos em alternativas às armas”, disse D. Manuel Linda, citado pelo jornal diocesano ‘Voz Portucalense’.

O bispo do Porto começa por indicar como alternativa a diplomacia, a mediação de terceiros, a “pressão da opinião pública internacional”, as negociações, “e, fundamentalmente, na oração”, destacando que guerra na Ucrânia pode chegar à “ameaça e destruição nuclear total”.

“Não se nega o direito da legítima defesa: estamos pela razão do injustamente agredido e detestamos a violência ébria do agressor. Porém, se a defesa se baseia somente em armas, mais estimula o adversário a aumentar a ferocidade”, desenvolveu.

D. Manuel Linda assinalou que o atual momento histórico internacional é de “agressão” não apenas a um país, mas “à comunidade das nações que tem direito a viver em paz”.

“Nós somos a Ucrânia espezinhada, pois também sofremos uma vontade de poder expressa em exercício brutal do poder: o poder tornado força demoníaca”, desenvolveu, acrescentando que este poder “pode chegar à ameaça e à destruição nuclear total”.

Segundo o bispo do Porto, o mundo “não aprendeu com o passado e continuou a armar-se até aos dentes”, uma produção de armas que “reclama a produção de guerras”.

“O dramatismo desta situação não se gerou do nada. O agressor confiou nas armas acumuladas ao longo de décadas e décadas e continuamente produzidas. Mas os apoiantes do agredido também fizeram a mesma coisa”, referiu na catedral do Porto.

D. Manuel Linda explicou que, neste particular, “o Ocidente não tem as mãos limpas”: “Delas escorre muito sangue inocente”.

A paz esteja contigo, irmão e irmã que me ouves, particularmente tu que passas horas de tristeza e apreensão, que esmoreces ou desanimas, que sofres ou tiveste de fugir ao pavor da guerra. O Senhor é essa paz que buscas. E Ele garante-te: ‘Coragem! Eu venci o mal’”.

Na homilia de Domingo de Páscoa, o responsável católico explicou que a ressurreição de Cristo “instaura novos critérios” de um novo mundo, “liberto da violência, do pecado e da morte”, mas para os viver é preciso procurar a “sabedoria do coração”.

“A nível internacional, voltamos a ser confrontados com a mesma sede de destruição, de morte e de sangue que ditou a condenação de Jesus”, afirmou o bispo do Porto, na homilia da Páscoa, este domingo, informa a ‘Voz Portucalense’.

CB/OC

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