Páscoa: Bispo do Porto apela ao diálogo e à paz perante «situação de ansiedade mundial»

D. António Francisco dos Santos evocou 90.º aniversário de Bento XVI

Porto, 16 abr 2017 (Ecclesia) – O bispo do Porto deixou hoje apelos ao diálogo e à paz, numa situação de “ansiedade mundial” que exige dos católicos o anúncio da mensagem da Páscoa.

“Não podemos calar a Páscoa”, declarou D. António Francisco dos Santos, na homilia da Missa a que presidiu na Sé do Porto.

A intervenção deixou uma palavra de “condenação de toda a intolerância” religiosa ou política e de “toda a prepotência” económica ou política, realçando que na mensagem de Jesus Cristo não há espaço para a “represália ou vingança”.

D. António Francisco dos Santos defendeu a necessidade de “liberdade religiosa para lá de todo o fanatismo” e apelou ao diálogo com “todos os que acreditam no Deus único”, para “decidir com coragem e construir com perseverança a paz no mundo”.

Em guerra, disse, estão também os países “onde se fabricam as armas e se decidem as invasões”, bem como as pessoas que “alimentam o ódio no íntimo do seu coração”.

Para o prelado, a Páscoa é a “chave da transformação do mundo” e de “renovação da Igreja”, porque a certeza da ressurreição de Jesus oferece uma “nova luz” para o olhar dos cristãos.

“A fé cristã brota desta certeza”, acrescentou, apresentando a ressurreição não como um “acontecimento do passado”, mas como um evento “que mudou o rumo da história”.

“Façamos da Páscoa a profecia de um mundo melhor”, apelou o bispo do Porto.

D. António Francisco dos Santo aludiu depois à próxima viagem do Papa Francisco a Fátima, que perspetivou como “uma abençoada ocasião” para a Igreja em Portugal, “mais atenta à criatividade do Espírito Santo para iluminar a sociedade”.

No início da homilia, o bispo do Porto recordou o 90.º aniversário de Bento XVI, que se celebra hoje, manifestando “gratidão” pelo “encanto, fulgor e verdade” do seu serviço como teólogo, bispo, cardeal e Papa.

O agora Papa emérito continua o seu serviço à Igreja no “silêncio de uma vida de oração e contemplação”, acrescentou.

Este sábado, na noite da Vigília Pascal, D. António Franciscos dos Santos recordou as oito vítimas da explosão numa fábrica de pirotecnia em Lamego, as vítimas "do terror e da guerra", os cristãos egípcios coptas mortos no interior das suas igrejas, atacadas no  Domingo de Ramos, bem como a mais de uma centena de habitantes de Alepo mortos  num "criminoso atentado suicida".

"Para eles e para as suas famílias, a Páscoa só terá sentido se à certeza da ressurreição de Cristo juntarmos o amor perene e presente dos cristãos e a solicitude solidária e pacífica das nossas comunidades que oferecem a vida nova do Ressuscitado e o conforto fraterno da comunhão onde  tanta gente semeia a dor, o ódio e a morte", referiu o bispo do Porto.

OC

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