Sociedade: A prepotência «não pode ser a razão determinante das injustiças e das guerras» – Bispo do Porto

Entrevista de D. António Francisco à Agência ECCLESIA, em Dia de Páscoa

Porto, 16 abr 2017 (Ecclesia) – O bispo do Porto afirmou em entrevista à Agência ECCLESIA que “a prepotência não tem sentido” e “não pode ser a razão determinante das injustiças e das guerras” e disse que “os direitos humanos são iguais para todos”.

“Os direitos humanos são iguais para todos, nos Estados Unidos ou no México, na América ou na Europa, na África, Ásia ou Oceânia, seja em povos que se lançaram em ritmo mais acelerado de desenvolvimento, em que economia se afirmou, a industria se instalou e desenvolveu, em que a ciência avançou e como noutros povos que não foram capazes, talvez pela nossa inércia e egoísmo, de avançar a esse mesmo ritmo”, referiu D. António Francisco.

Para o bispo do Porto, os populismos são uma ameaça e o caminho seguido pelos atuais líderes dos Estados Unidos da América compromete a justiça e a paz.

“Não é construindo muros para rejeitar entrada dos mais pobres que construímos o nosso país melhor”, afirmou.

Na entrevista à Agência ECCLESIA, D. António Francisco disse que a utilização de armas químicas na Síria “é incompreensível”, sobretudo porque faz do “avanço da ciência” uma causa para a “destruição de crianças, de jovens, de famílias inteiras”.

“Não podemos deixar chorar estas lágrimas sem as chorarmos também nós”, afirmou.

“O que determina muitas vezes estas decisões incompreensíveis é que dispensamos os outros, recusamos os outros, marginalizamos os outros, quando todos somos necessários para construir este mundo complexo, mas completo e belo na diversidade e na diferença”, sustentou.

Para o bispo do Porto, os atentados terroristas que acontecem em muitas cidades da Europa exigem que os povos tenham “a capacidade de dizer não à violência” de “dizer que é tempo de construir a paz”, trabalhando todos mais pela liberdade religiosa e pelo “respeito por todos”.

“É tempo de dizer aos nossos governantes que deve terminar a proliferação das armas, que devemos salvaguardar o direito à vida de todos e promover os que mais sofrem, aqueles que não têm condições de justiça”, afirmou

Para D. António Francisco, “a vida é o valor maior da humanidade” e a paz “é um direito que todos devem ter acesso e é possível”.

“A paz que queremos para os outros é também o direito que reclamamos para o nosso povo”, sublinhou.

A entrevista do bispo do Porto, com emissão no programa 70×7 deste domingo, na RTP2, é publicada integramente no portal informativo da Agência ECCLESIA.

PR

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