Papa propõe conversão face à crise

D. Manuel Clemente, Bispo do Porto, faz balanço dos 4 anos de pontificado num momento de «problemas e expectativas» D. Manuel Clemente assinala a proposta de conversão pessoal como central ao longo dos quatro anos de pontificado Bento XVI. Uma conversão pessoal que questione o que cada um “pode e deve fazer para minorar e resolver os problemas que temos por perto e havemos de sentir como nossos”, antes de esperar qualquer “concurso que possa e deva advir das instâncias europeias e internacionais”. Na homilia do “Te Deum” com que se assinalaram este Domingo os quatro anos de eleição do actual Papa, o Bispo do Porto sublinhou esta proposta no magistério papal como de especial relevância numa altura em que “se vive a conjugação universal de problemas e expectativas”. Recorda D. Manuel Clemente, a partir da mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz de 2009, que “as obrigações dos outros, em relação ao mundo e ao país”, devem ser “secundadas pela responsabilidade de cada um”. E acrescenta ainda não haver “políticos nacionais ou internacionais capazes de prosseguir na senda da globalização solidária, se não forem sustentados por cidadãos possuídos de igual motivação”. Segundo o Bispo do Porto, Bento XVI posiciona-se na referência humanista da globalização. “A globalização que se tomava, com maior aceitação ou crítica, como dinamismo económico e mediático, apresenta-se hoje qual quadro inelutável de actuação, para superar as graves dificuldades que se enfrentam no campo da economia e do trabalho, fluxos migratórios incluídos”. A mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial da Paz de 2009 afirmava que “uma das estradas mestras para construir a paz é uma globalização que tenha em vista os interesses da grande família humana”. Assinala D. Manuel Clemente que o papado contemporâneo “tem-se desdobrado em iniciativas de unidade e de paz entre os povos da terra, alargando o ministério para além das próprias fronteiras eclesiais estritas”, porque reconhece a “dignidade absoluta de cada pessoa, tanto em humanismo forte, porque divinamente garantido”, e esta verdade ultrapassa “qualquer pressão confessional porque é de serviço que se trata, a «todos os homens de boa vontade»”. “Como referência central de milhões de crentes, a Sé Apostólica, na sucessão dos seus pontífices, tem-nos alertado para a necessária motivação pessoal em tudo o que se refira à vida social e política. Nenhuma proposta nacional ou internacional ultrapassará positivamente o actual contexto, sem uma autêntica conversão”. Segundo D. Manuel, é a motivação pessoal que deve ser estimulada e apoiada para efectivar as necessárias respostas. “Face à actual crise, como sempre aliás, a motivação solidária e caritativa de cada um tem de ser correspondida pela prática, especialmente por parte do Estado ou das instâncias internacionais, de outro princípio basilar da Doutrina Social da Igreja que dá pelo nome de subsidiariedade”. Sublinha ainda o Bispo que “não é papel do Estado ou dos Estados reduzirem o lugar e o protagonismo que pessoas, famílias e iniciativas particulares devem ocupar, responsável e criativamente, rumo a uma sociedade mais conseguida”. Uma atitude “cultural” é a proposta para ultrapassar a actual crise, “também globalizada”. Em torno de “princípios maiores da doutrina Social da Igreja, como sejam o da solidariedade e o da subsidiariedade”, Bento XVI oferece indicações de “grande justeza e oportunidade, indicações “culturais” ou de mentalidade, que podermos traduzir por conversão”. Notícias relacionadas Alocução de D. Manuel Clemente sobre o 4º aniversário do pontificado de Bento XVI

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