Papa elogia empenho dos Bispos dominicanos em favor dos migrantes

Bento XVI elogiou o empenho dos Bispos da República Dominicana em favor dos migrantes e dos milhares de refugiados do Haiti que procuram uma vida melhor na outra metade da Ilha. Referindo o tema do III Plano de Pastoral da Igreja do país – “Discípulo do Senhor, acolhe o próximo e procura o que está longe”, o Papa sublinhou as implicações deste convite no que diz respeito ao acolhimento a dispensar aos imigrantes. “De todo o coração vos convido a acompanhar com grande caridade – como estais já a fazer – os imigrantes haitianos que deixaram o seu país em busca de melhores condições de vida”, exortou Bento XVI, que referiu com apreço o facto dos contactos já empreendidos com “os irmãos bispos do Haiti, para aliviar a situação de pobreza, e mesmo de miséria, que ofende a dignidade das pessoas dessa Nação irmã”. No seu discurso, o Papa deixou uma referência aos leigos, aos quais há que proporcionar uma adequada formação religiosa: “A eles corresponde promover os valores humanos e cristãos que iluminem a realidade política, económica e cultural do país, com o fim de instaurar uma ordem social mais justa e equitativa, segundo a Doutrina Social da Igreja”. “Por outro lado, em coerência com as normas morais, hão-de dar exemplo de honestidade e transparência na gestão das actividades públicas, perante a praga da corrupção, que afecta por vezes áreas do poder político e económico, para além de outros âmbitos públicos e sociais”, acrescentou. Em relação à Igreja, o Papa exortou os católicos a prosseguirem a acção evangelizadora, com “uma mensagem clara e precisa”, e com especial atenção à família, à formação das vocações sacerdotais e aos leigos. Bento XVI congratulou-se pelo facto de ter podido verificar que a Igreja na República Dominicana “é uma comunidade viva, dinâmica, participativa e evangelizadora”, que, “interpelada pelo mandato de Jesus de anunciar o Evangelho a toda a criatura, se esforça por fazer chegar este anúncio a todos os homens”. Para tal – observou – “a mensagem deve ser clara e precisa, a fim de que a palavra de vida proclamada se converta em adesão pessoal a Jesus, nosso Salvador”. “Urge recuperar e apresentar cada vez mais o verdadeiro rosto da fé cristã, que não é simplesmente um conjunto de proposições a acolher e ratificar com a mente, mas sim um conhecimento de Cristo vivido pessoalmente, uma memória viva dos seus mandamentos, uma verdade que se há-de fazer vida”, disse. Como objectivo primordial do seu ministério pastoral, o Papa convidou os Bispos dominicanos a fazerem com “que a verdade sobre Cristo e a verdade sobre o homem penetrem mais profundamente ainda nos diversos extractos da sociedade dominicana”. Não obstante alguns sintomas de secularização se façam também ali sentir, no fundo o povo da República Dominicana “tem uma alma profundamente cristã, como o provam as comunidades eclesiais vivas e activas, onde tantas pessoas, famílias e grupos se esforçam por viver e dar testemunho da fé”. Passando depois em revista alguns sectores da acção da Igreja, Bento XVI referiu antes de mais a família, verdadeira “Igreja doméstica”, “objectivo primordial” da nova evangelização. A Igreja “actua para que a família seja verdadeiramente o âmbito onde a pessoa nasce, cresce e se educa para a vida, e onde os pais, amando com ternura os filhos, os vão preparando para umas sãs relações inter-pessoais que encarnem os valores morais e humanos, no meio de uma sociedade tão marcada pelo hedonismo ou pela indiferença religiosa”. Em colaboração com as instâncias públicas, as Comunidades eclesiais cuidam de “salvaguardar a estabilidade da família, favorecendo o seu progresso espiritual e material”. Outra prioridade apontadas pelo Papa foi a promoção das vocações sacerdotais e religiosas. Além duma formação integral, exige-se um cuidadoso discernimento sobre a idoneidade humana e cristã dos candidatos. Para fomentar as vocações, indicou, é fundamental o testemunho dos padres e bispos, unidos por laços de verdadeira caridade: “Se os jovens vêem que os presbíteros vivem uma verdadeira espiritualidade de comunhão ao redor do seu Bispo, dando testemunho de união e caridade entre si, de generosidade evangélica e disponibilidade missionária, sentirão maior atracção pela vocação sacerdotal”. (Com Rádio Vaticano)

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