Papa convoca jovens para protagonizarem mudança

Francisco pede cristãos «autênticos» com coragem de perseverar contra a corrente

Rio de Janeiro, Brasil, 27 jul 2013 (Ecclesia) – O Papa convocou hoje os milhões de participantes na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) do Rio de Janeiro a fazer parte da “equipa de Jesus” para dar uma “resposta cristã” às “inquietações sociais e políticas”.

“Os jovens nas ruas são jovens que querem ser protagonistas da mudança. Por favor, não deixem que outros sejam os protagonistas da mudança, vocês é que têm o futuro, através de vocês entra o futuro no mundo”, declarou, na Praia de Copacabana, durante a vigília de oração da 28ª edição da JMJ.

O Papa disse ter acompanhado “as notícias do mundo” a respeito dos muitos jovens que, em vários lugares, “saíram às ruas para expressar o desejo de uma civilização mais justa e fraterna”.

Francisco animou por isso os jovens católicos para que continuem a “superar a apatia” e lutem pela mudança nos seus países.

“Peço-lhes que sejam construtores do futuro e se envolvam no trabalho por um mundo melhor”, frisou.

A este respeito, citou Madre Teresa de Calcutá para dizer que essa mudança tem de começar por cada pessoa.

O discurso apresentou o “campo da fé” como um local de treino para estar “em forma”, para enfrentar “sem medo” todas as situações da vida.

“Jesus oferece-nos algo muito superior ao Campeonato do Mundo (futebol)! Jesus oferece-nos a possibilidade de uma vida fecunda, de uma vida feliz e  também um futuro com Ele que não terá fim, na vida eterna”, disse.

Esse treino, acrescentou, passa pela “oração, os sacramentos e a ajuda aos demais”, sem excluir nem marginalizar.

“Jesus pede-nos que o sigamos por toda a vida, pede que sejamos seus discípulos, que ‘joguemos na sua equipa’”, afirmou, numa alusão à paixão pelo futebol de muitos jovens no Brasil e noutros países.

“Não tenham medo (de Jesus), é isso a oração”, acrescentou, interagindo com multidão.

Francisco falou também do campo da fé como um lugar onde se semeia e disse que os jovens “querem ser um terreno bom, cristãos a sério, não querem ser cristãos pela metade, nem ‘engomadinhos’” nem “cristãos de fachada, mas sim autênticos”.

“Sei que vocês não querem viver na ilusão de uma liberdade que se deixe arrastar pelas modas e as conveniências do momento. Sei que apostam em algo grande, em decisões definitivas que deem pleno sentido”, precisou.

Francisco questionou os presentes sobre as atitudes “inconstantes diante das dificuldades”, dos que se deixam “aturdir por tantos apelos superficiais” ou sufocar pelas “paixões negativas”, procurando “ficar bem com Deus e com o diabo”.

O Papa aludiu ao cancelamento dos eventos finais no ‘Campus fidei’ (campo da fé) em Guaratiba, por causa do mau tempo, para dizer que cada cristão é o “campo da fé de Deus”.

“O Senhor precisa de vocês. Também hoje ele chama cada um de vocês para segui-lo na sua Igreja, para serem missionários”, declarou.

Com Jesus, acrescentou, é preciso construir um Igreja e não “uma pequena capela, onde cabe somente um grupinho de pessoas”.

“Jesus pede-nos que a sua Igreja viva seja tão grande que possa acolher toda a humanidade, que seja a casa de todos”, sublinhou, após convidar os jovens a ficar em silêncio para meditar sobre esta mensagem.

O Papa insistiu na necessidade de que as novas gerações sejam “protagonistas da história” e “construam um mundo melhor, um mundo de irmãos”.

“Queridos amigos, não se esqueçam: Vocês são o campo da fé! Vocês são os atletas de Cristo! Vocês são os construtores de uma Igreja mais bela e de um mundo melhor”, concluiu, após mais de 20 minutos de discurso.

OC

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