Brasil: Peregrinos lotaram Copacabana pela terceira noite consecutiva

Autoridades falam em 3 milhões de pessoas na praia do Rio de Janeiro para a vigília de oração com o Papa

Rio de Janeiro, Brasil, 27 jul 2013 (Ecclesia) – Milhões de pessoas estiveram hoje pela terceira noite consecutiva na Praia de Copacabana para a vigília de oração que reúne os participantes da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), sob a presidência do Papa.

Segundo a prefeitura (município) do Rio, mais de três milhões de peregrinos estão local para a iniciativa que começou às 19h30 (23h30 em Lisboa).

Francisco percorreu avenida, no papamóvel, beijando crianças durante o trajeto e descendo do carro para cumprimentar fiéis.

Milhares de peregrinos começaram a lotar o espaço desde as primeiras horas do dia, que para muitos começou com uma caminhada de 9,5 km pelas ruas do Rio, num trajeto desenhado após o cancelamento de vigília e da missa em Guaratiba, zona oeste da cidade, por causa do frio, da chuva e da lama.

Os peregrinos têm autorização das autoridades municipais para pernoitar na praia e vários montaram tendas e espalharam sacos-cama pelo areal, ocupando os lugares mais próximos do palco central.

A programação começou com o ‘Show do Futuro Brasil’, com atuações musicais de vários artistas; os presentes recitaram a oração do Angelus, preparando depois a chegada do Papa.

Já diante de Francisco, decorreu um ato artístico apresentando testemunhos de fé de jovens ao mesmo tempo que o tema da JMJ, ‘Ide e fazei discípulos entre todas as nações’, é coreografado através da construção de uma igreja.

Carlos Lins, ex-toxicodependente, de 30 anos, contou a sua história “com traficantes e com tiroteios” e da relação que, aos 17 anos, levou a namorada a abortar, antes de voltar à Igreja Católica, num domingo de Páscoa.

O padre Flávio Matias, missionário no Estado do Mato Grosso, falou da sua vida com os índios da tribo Xavante: “No meio de tantas diferenças, testemunhei a grandeza e a riqueza de nossa Igreja. Com todas as dificuldades encontradas, descobri uma Igreja viva, pulsante e sedenta da palavra de Deus”.

Felipe Passos, um jovem de 23 anos em cadeira de rodas, abordou o assalto em que foi baleado, dentro de casa, ao tentar defender o dinheiro arrecadado pela sua comunidade para participar na JMJ.

“A minha cruz é de felicidade, é de vitória, é de alegria”, afirmou, convidando os jovens a ajoelhar-se e rezar com o Papa.  

Ana Vitória Vidal, por sua vez, falou de uma experiência de fé muito ligada à sua mãe, que diz ter sido curada pela força da oração.

Um grupo de jovens de congregações e novas comunidades franciscanas entrou com cestos de flores e ramos que enfeitam o espaço para o momento de oração, durante o qual o Papa se digiriu à multidão.

No final da intervenção, 50 jovens chegaram para desmontar a igreja e sairão por vários caminhos, como forma de simbolizar a dimensão missionária do tema da JMJ.

Francisco presidiu à adoração do Santíssimo Sacramento, com momentos de silêncio e cânticos, antes de dar a sua bênção.

Já com o Papa de regresso à residência do Sumaré, onde está alojado, cerca de 200 jovens brasileiros toxicodependentes em recuperação subiram ao palco para cantar juntamente com a banda italiana ‘Gen Rosso’.

Os peregrinos podem optar por pernoitar na orla de Copacabana após o fim da vigília ou regressar aos seus locais de acolhimento e voltar na manhã de domingo para a missa de envio.

OC

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