Nos passos da vida

Caminhada pela vida mobilizou milhares de pessoas nas ruas de Lisboa para afirmar o voto no não e valorizar o trabalho de instituições que apoioam a vida Foram milhares as pessoas que quiseram afirmar o valor da vida, caminhando pelas ruas de Lisboa. A neve da manhã lisboeta não arrefeceu o entusiasmo dos que entoavam slogans – “Abortar por opção quando já bate um coração? Não” e “A vida é bela não podemos dar cabo dela” – ao longo do percurso da “Caminhada pela Vida” (entre a Maternidade Alfredo da Costa e a Fonte Luminosa, na Alameda). Concepção, nascimento, infância, juventude, adolescência, fase adulta e “avós”. Foram os percursos da vida, recordados numa caminhada pelas ruas de Lisboa com o objectivo de apelar ao voto no não, no próximo referendo de 11 de Fevereiro. Foi também uma forma de evidenciar o trabalho de várias associações que trabalham no terreno, “desenvolvendo acções que promovem e dignificam a vida”, explicou à Agência ECCLESIA Sofia Guedes, da organização da caminhada. Em cada etapa, identificada por cores, aconteciam encontros “com associações que trabalham especificamente com pessoas pertencentes a essa fase da vida”, e que diariamente “até de uma forma silenciosas e anónima mostram que é possível trabalhar dignificando a vida”. Com estas associações estiveram os movimentos cívicos que se organizaram para o debate em torno do referendo ao aborto ao aborto, identificados por cartazes que se espalhavam ao longo de toda a “Caminhada pela Vida”. Na Fonte Luminosa, um palco acolheu comunicações de quem, vindo de França, Espanha ou Itália, juntou argumentos à escolha do “não”. Margarida Neto, da Plataforma “Não-Obrigada”, falou à multidão presente, mobilizando votos pelo não: “defender a vida é uma causa sem fim e nada nem ninguém nos faz parar”. Recordando o referendo de 1998, referiu que foi a amizade a união entre os que são contra o aborto que fez com o não vencesse. Por isso, exortou todos a manterem-se “unidos na defesa da vida”. Entre os presentes, muitas figuras que não desistem de proteger, também, juridicamente, a vida. Para Bagão Félix, esta “que é uma prova de vitalidade de quem luta por convicções profundas, nas quais está o respeito pela vida, como elemento da nossa dignidade”. Em declarações ao Programa Ecclesia, referiu também que esta caminhada “é uma manifestação de que a sociedade civil ainda se pode envolver em causa profundas como esta”. “Aqui não há partidos políticos, não há idades. condições económicas e sociais , não há religiões”. Isilda Pegado, que integra também o grupo de mandatários da plataforma “Não-obriogada”, sublinhou também o facto desta caminhada não ser resultado da convocatória de partidos ou religiões. Ela é resultado de “uma consciência maior por parte das pessoas de que é preciso manter uma cultura da vida”. A presença de milhares de pessoas “é uma grande lição de direitos humanos que o povo portugas está a dar ao mundo; é a aposta na vida e no apoio concreto às mulheres em dificuldade”, referiu a ex-deputada. Maria José Nogueira Pinto justificou a presença de muitos, na tarde de Domingo, por “cidadania”; porque o que se vai votar no dia 11 de Fevereiro é “uma questão de civilização”, “é saber se vamos retirar toda a protecção jurídica da vida intra-uterina até ás 10 semanas”. Ao Programa Ecclesia, Maria José Nogueira Pinto repetiu o objectivo desta manifestação, no contexto de um referendo: “estamos aqui para dizer não, obrigada!” O percurso da “Caminhada pela Vida” iniciou na Maternidade Alfredo da Costa, às 14:00 horas. Passou pelo Saldanha, Avenida Praia da Vitória, Avenida do México, Praça de Londres, Guerra Junqueiro, Almirante Reis e terminou na Fonte Luminosa (Alameda).

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