Igreja/Media: Olhar humano do jornalista «vai ser sempre fundamental» na comunicação social – Isabel Figueiredo

Igreja vai celebrar Dia Mundial das Comunicações Sociais 2024, com mensagem do Papa dedicada à inteligência artificial

Lisboa, 09 mai 2024 (Ecclesia) – A diretora do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais (SNCS), da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), destaca que o Papa Francisco se tem “centrado na questão da humanização da comunicação, na humanização do trabalho do comunicador”, nas mensagens para este setor.

“O Papa tem centrado muito o foco na questão da humanização da comunicação, na humanização do trabalho do comunicador e isso está completamente identitário com a nossa fé, que assenta numa pessoa, de Cristo, e tudo o que nós fazemos deverá ter essa carga humana”, explica Isabel Figueiredo, que, na entrevista onde antecipa o encontro desta tarde na sede da CEP.

“Eu julgo que aqui também há uma outra relação, o trabalho do jornalista nunca pode ser um trabalho que consiga por completamente de parte a sensibilidade, o conhecimento, a experiência, esteja a conversar com uma pessoa, como nós estamos agora a conversar os dois, esteja a fazer trabalho de reportagem, esteja a fazer seja o que for”, acrescentou, em entrevista ao Programa ECCLESIA, emitido hoje na RTP2.

‘Inteligência artificial e sabedoria do coração, para uma comunicação plenamente humana’, é o tema da mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Comunicações Sociais (DMCS) 2024, que a Igreja Católica celebra, este domingo, dia 12 de maio.

“Não devemos nunca cair na tentação de entregar tudo às máquinas. Entregar tudo a qualquer coisa que se chama artificial. Eu acho que vai ser sempre fundamental esse olhar humano do jornalista sobre a comunicação social”, disse a diretora do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, da Igreja Católica em Portugal.

Isabel Figueiredo lamenta que se viva um tempo que “tem sido infelizmente muito profícuo” na divulgação de conteúdos que não são verificados, e alerta que “há imensa informação a circular que não é correta, há imensa deturpação e manipulação da informação”.

“Sem verdade não é possível; O trabalho é muito exigente, mas, também, sem um jornalismo verdadeiro, honesto, criterioso, feito com coração, no sentido feito com humanidade, pomos em perigo a nossa vida a sociedade, pomos em perigo a democracia”, acrescentou.

Neste sentido, a diretora do SNCS recordou os 50 anos do 25 de Abril para afirmar que é preciso uma informação em que se possa chegar às pessoas e elas “confiem naquilo que veem e não tenham que estar sempre a fazer o raciocínio: Isto será verdade”.

“Não podemos continuar a fazer isto, temos de lutar para ter uma informação que seja o mais verdadeiro possível”, referiu, destacando a importância de “ir à procura de fazer algo que seja credível”, que seja feito de uma forma honesta, porque “esse caminho tem futuro”.

O Dia Mundial das Comunicações Sociais vai na sua 58.ª edição e Isabel Figueiredo salienta que a Igreja Católica, nos anos 60 do século XX, “quando lançou a celebração deste dia, estava particularmente atenta às Comunicações Sociais, um passo gigante naquela altura”.

O DMCS é a única celebração do género estabelecida pelo Concílio Vaticano II, no decreto ‘Inter Mirifica’, em 1963; assinala-se, em cada ano, no domingo antes do Pentecostes.

A mensagem do Papa Francisco, ‘Inteligência artificial e sabedoria do coração, para uma comunicação plenamente humana’, foi publicada a 24 de janeiro, dia São Francisco Sales, o padroeiro dos jornalistas.

“O Papa lança-nos isto, que é sempre extraordinário, que é colocar realidades completamente distintas e fala delas sem receio. Por um lado, fala da Inteligência Artificial e, por outro lado, fala da sabedoria do coração, uma coisa pode parecer muito científica e a outra muito emocional, e o Papa mistura as duas coisas e diz: ‘agora pensem nelas, trabalhem com elas’”, analisou Isabel Figueiredo.

HM/CB/OC

A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) promove hoje, um encontro para apresentar do programa da visita ‘Ad Limina’ dos bispos de Portugal ao Vaticano (20 a 24 de maio), anunciar a realização do Jubileu dos Jornalistas do Ano Santo 2025, e assinalar o Dia Mundial das Comunicações Sociais.

A porta santa do Ano Santo 2025 – o 27.º jubileu ordinário da história da Igreja – vai ser aberta no próximo mês de dezembro, e Isabel Figueiredo destaca que o Jubileu dos Jornalistas “é aquele que inicia o grande jubileu do ano 2025, de 24 a 26 de janeiro”.

“Tem um programa próprio, que está disponível no site do próprio jubileu, mas nós também queremos levar um grupo de jornalistas portuguesas até Roma e temos também alguma coisa só nossa. Por isso, também vamos apresentar, se Deus quiser, tudo esta tarde”, desenvolveu a diretora do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais da Igreja Católica em Portugal.

Sobre o encontro desta tarde, na sede da CEP, Isabel Figueiredo realçou que esta é também uma oportunidade para “muitos jornalistas, todas as pessoas interessadas em comunicação social, os profissionais de comunicação social”, conhecerem a sede da CEP, “onde também está a [Agência] ECCLESIA”.

“Que venham saber onde é que se trabalha, como é que se trabalha, quem é que lá está, quais são os serviços. Penso que também é um elemento importante para marcar este dia”, salientou a diretora do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais.

 

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