Natal: Liga Operária Católica alerta para o «empobrecimento dos excluídos» e realidade dos trabalhadores desprotegidos

Trabalhadores Cristãos assinalam que «o mundo hoje está cheio de más notícias sobretudo para os mais pobres»

Foto: LUSA

Lisboa, 19 dez 2022 (Ecclesia) – A Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC) em Portugal afirma que o Natal hoje quer “um olhar para a realidade de vida”, especialmente focado em quem sofre, nas “vítimas de abandono da sociedade”, os que “pouco contam”.

“Por muito que se fale dos problemas da sociedade, dos pobres, há poucas mudanças de fundo, continua a haver empobrecimento dos excluídos, dos mais pobres, com menos capacidade produtiva”, alerta na mensagem de Natal enviada à Agência ECCLESIA.

A Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos recorda os trabalhadores de profissões pouco especializadas, desempregados ou que “apenas conseguem algum tempo de trabalho”, vivem em bairros pobres e “não conseguem sair desta situação que se perpetua”.

“Muitos trabalhadores desprotegidos de seus direitos laborais básicos, sem contrato de trabalho, migrantes a trabalhar na economia paralela ou em situações degradantes e formas de exploração inconcebíveis”, indica.

O coordenador nacional da LOC/MTC, Américo Monteiro, explicou que nesta mensagem não quiseram deixar de “lembrar o mundo do trabalho cada vez mais esquecido”, com milhões de trabalhadores não regularizados em muitas partes do mundo, e também em Portugal.

Na mensagem intitulada ‘Natal, uma boa notícia para os pobres’, a LOC/MTC começa por recordar as palavras de Jesus no início da sua vida pública, no Evangelho de São Lucas, e que deixam claro que vinha para “trazer Boas Notícias aos pobres”, e que Deus quer que se tenha “vida e vida em abundância”.

“No entanto, o mundo de hoje está cheio de más notícias sobretudo para os mais pobres. Problemas como os salários baixos, a precariedade no trabalho, os longos e desregulados horários de trabalho, os acidentes de trabalho, as más condições de trabalho e de habitação, a carestia de vida, junto com a pandemia e a guerra e todas as suas consequências, agravam as nossas condições de vida”, desenvolve.

Segundo a LOC/MTC, os cristãos ao celebrar o Natal “devem realizar uma profunda reflexão pessoal”, como podem ser continuadores da mensagem de Cristo e incentiva a cultivarem “a arte de compreender, de ver mais a fundo, de ver além do papel de embrulho e das luzes de Natal”.

As situações resultantes da pandemia e da guerra têm ajudado a “compreender o valor da solidariedade e da fraternidade”, a superar o vírus do individualismo, da indiferença e a redescobrir o “sentido da humanidade e do cuidado”.

“Estes valores dão forma às lutas contra a injustiça, a morte e a divisão. Não prescindimos desta esperança que nos traz o Natal! Uma esperança que se torna estímulo, força e ação de quantos lutam por um mundo melhor”, conclui.

Na mensagem ‘Natal, uma boa notícia para os pobres’, a Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos recorda, através do nascimento de Jesus, “tantos pobres que não têm casa ou foi destruída pela guerra ou pelas alterações climáticas”, não têm trabalho e dormem na rua.

CB/PR

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