Mianmar: Papa e chefe do Exército sublinham «grande responsabilidade» na transição democrática

Primeiro encontro da viagem ao país asiático decorreu em privado

Rangum, Mianmar, 27 nov 2017 (Ecclesia) – O Papa Francisco reuniu-se hoje em privado com o Min Aung Hlaing, chefe do Exército de Mianmar, um apontamento de agenda que foi somado ao programa da viagem por sugestão do cardeal Charles Maung Bo, arcebispo de Rangum.

Horas depois de o pontífice ter chegado ao território da antiga Birmânia, o encontro antecipado durou cerca de 15 minutos.

“Falou-se da grande responsabilidade das autoridades do país neste momento de transição”, disse o porta-voz do Vaticano, Greg Burke.

O general Min Aung Hlaing foi responsável pela ofensiva das forças birmanesas que provocou o êxodo dos rohingyas no estado de Rakhine (norte).

O encontro com o Papa contou com a presença de três generais do Serviço Especial de Operações.

A Rádio Vaticano divulga, a este respeito, a situação das 88 famílias que vivem no campo de refugiados de Jan mai Kong, no Estado de Kachin, administrado pela Igreja Católica.

O programa oficial começa esta terça-feira, num país em que os católicos são 1,27% da população.

“Venho proclamar o Evangelho de Jesus Cristo, uma mensagem de reconciliação, de perdão e paz”, referiu Francisco, numa videomensagem enviada à população do país asiático na última semana.

Mianmar é a primeira paragem da viagem à Ásia, que se prolonga até 2 de dezembro, passando pelo Bangladesh, onde os católicos são 0,24% da população.

As duas nações estão no centro da crise humana que atinge a minoria rohingya, em fuga de Mianmar para o Bangladesh, que já abriga mais de 600 mil integrantes dessa comunidade.

A primeira Missa presidida pelo Papa Francisco em Mianmar vai contar com uma oração pela paz e reconciliação, com referência explícita às regiões em conflito.

“A minha visita pretende confirmar a comunidade católica de Mianmar na sua fé em Deus e no seu testemunho do Evangelho, que ensina a dignidade de cada homem e mulher, e exige que abramos os nossos corações aos outros, especialmente os pobres e os necessitados”, explicou o pontífice.

OC

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