«Memórias que Contam»: Padre José Júlio Pinheiro, um «poço de conhecimento» sempre ligado à sua terra natal (C/Vídeo)

Conceição Raposo realça que o seu primo tinha uma paixão pelos «Lusíadas» e pelo padre António Vieira

Guarda, 11 mar 2021 (Ecclesia) – O padre José Júlio Pinheiro, falecido em julho de 2020, na Diocese da Guarda, é recordado por Cristina Raposo, sua prima, como “um poço de conhecimento” e pela “empatia total” com todos.

“Era sempre com carinho que ele falava com as pessoas da Malhada Sorda (Almeida – Diocese da Guarda) e era um prazer ir às Missas que presidia”, refere a convidada de hoje nas ‘Memórias que Contam’, ciclo de conversas promovidas pela Agência ECCLESIA durante a Quaresma.

Este sacerdote nascido a 6 de agosto de 1935 “já fugia para a escola” aos cinco anos de idade, porque tinha o desejo “de aprender a ler e escrever”.

Esta “sede total de conhecimento” levou a um percurso sacerdotal “rico e fantástico”, em que a terra natal foi sempre um “refúgio”.

Para além da vida sacerdotal, o padre José Júlio Pinheiro foi professor em vários liceus e universidades.

Depois do curso de Teologia, obtido com distinção no Seminário Maior da Guarda (1958), completou também o curso de Ciências Psico-pedagógicas (1967) e a licenciatura de Filologia Românica (1975).

Passou pela França, onde obteve o Diplome d’Études, em 1982 e, de seguida, no Instituto Católico de Paris faz o curso de preparação doutoral.

Em 1991 completou doutoramento, na Universidade da Haute Bretagne, com uma tese sobre uma “das suas grandes paixões, ‘Os Lusíadas’”, frisou Conceição Raposo.

“Tudo o que ele fazia era sempre na base da cultura portuguesa”, sublinha.

Para além da paixão por Camões, o sacerdote da Diocese da Guarda tinha também “grande apreço pelo padre António Vieira”.

“Tem uma coleção fantástica dos sermões do Padre António Vieira” numa biblioteca com mais de 16 mil livros, relata Conceição Raposo.

No seu percurso, o falecido sacerdote esteve ainda ligado aos migrantes, na Polónia e em França onde foi assistente nacional dos emigrantes e diretor da Revista “Evangelho e Vida”.

“Um sacerdote sem carro, mas com livros, que teve também uma ligação aos bombeiros do Sabugal”, assinala a entrevistada.

Conceição Raposo recorda que a mãe do padre José Júlio Pinheiro lhe pediu para ele nunca faltar à festa de Nossa Senhora da Ajuda, na Malhada Sorda, a “Fátima das Beiras”, e “ele cumpriu a promessa e participou sempre”.

“Era um devoto extremo de Nossa Senhora da Ajuda”, conclui.

As ‘Memórias que Contam’ são a nova proposta das conversas online que a Agência ECCLESIA tem vindo a promover, desde o primeiro confinamento, e vão estender-se ao longo da Quaresma, para evocar pessoas ligadas à Igreja Católica que faleceram durante a pandemia.

LFS

 

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