Media: Projeto de agência católica ganha forma nos Açores

Diocese procura potenciar comunicação para chegar a mais pessoas

Angra do Heroísmo, Açores, 23 set 2014 (Ecclesia) – A Diocese de Angra avançou para a criação de um novo meio de comunicação religiosa, intitulado ‘Agência Igreja-Açores’, para reforçar a sua presença nos media e apostar na informação.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, a jornalista Carmo Rodeia explica que a ideia surgiu há cerca de um ano, depois do encerramento devido a motivos económicos de vários meios de comunicação ligados à Igreja Católica, por motivos económicos.

Entre outros, fecharam jornais como ‘A União’ e o ‘Correio da Horta’, duas das principais publicações de cariz religioso no arquipélago.

Depois daquela situação, tornou-se “necessário criar um novo instrumento de comunicação, que chegasse em primeiro lugar aos católicos, que soubessem como é que ia a vida da sua Igreja, e simultaneamente àqueles que não sendo católicos poderiam ter acesso a informação”, realça Carmo Rodeia.

Foi assim que a jornalista entrou ao serviço da Diocese de Angra, começando por trabalhar diretamente na página oficial diocesana, dando conta do que ia “acontecendo” no meio eclesial da região e dos seus variados serviços e estruturas.

Apesar de ter muitos anos de experiência, foi a primeira vez que abordou especificamente a temática religiosa.

“Trabalhar informação religiosa é muito interessante e constituiu um grande desafio, uma reaprendizagem muito grande”, aponta Carmo Rodeia, para quem “uma coisa é ser cristã e outra é fazer informação noticiosa e de interesse público a partir de fonte eclesial”.

Apesar de todo este processo de reorganização ainda ser recente, do projeto de agência estar ainda no início, a jornalista destaca a importância que este trabalho tem tido para a promoção de um clima de maior abertura e ligação entre os vários setores da Igreja Católica no arquipélago.

Ao início, “os canais não estavam oleados dentro da diocese porque as pessoas não tinham muito a noção da importância da comunicação, de comunicar para o exterior, a informação circulava mais através de um processo de comunicação interna”.

Por isso, “o primeiro objetivo foi tentar pôr as pessoas a comunicarem umas com as outras, ou seja, que as pessoas soubessem dentro da estrutura da Igreja, seja na hierarquia clerical seja dos movimentos eclesiais, o que é que uns e outros andam a fazer”, explica Carmo Rodeia.

Atualmente, esta dinâmica já está mais enraizada, sobretudo a noção da comunicação enquanto forma de passar aos outros uma “mensagem”, neste caso a mensagem cristã.

Para a jornalista, “essa rede é muito importante” e pelas suas especificidades “geográficas”, a Diocese de Angra pode retirar dela “uma enorme vantagem”.

 “É importante que as pessoas que fazem a Igreja e constroem esta rede percebam que assim é mais fácil nós chegarmos a toda a gente”, conclui Carmo Rodeia.

Carmo Rodeia é jornalista com carteira profissional há 27 anos, tendo passado por vários órgãos de informação generalista como a RTP, Rádio TSF e o Diário de Notícias.

Atualmente, além do seu trabalho na Diocese de Angra, colabora com a RTP Açores na elaboração de programas de informação não diária, e dá ainda aulas de comunicação social na Universidade dos Açores.

A entrevista é transmitida hoje às 22h45 no Programa ECCLESIA (Antena 1) e integra-se num ciclo de reportagens no contexto das Jornadas Nacionais de Comunicação Social, que vão decorrer em Fátima entre quinta e sexta-feira, sobre o tema 'Uma Rede de Pessoas'.

SN/JCP/OC

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