Responsáveis católicos e judaicos elogiam reflexões do ator na televisão pública italiano
Lisboa, 18 dez 2014 (Ecclesia) – O realizador e ator italiano Roberto Benigni apresentou esta semana dois programas sobre os ‘10 Mandamentos’ no primeiro canal da televisão pública transalpina (RAI).
Os monólogos sobre as 10 “palavras divinas”, as “pouquíssimas palavras divinas e irrenunciáveis”, foram vistos por 10,26 milhões de espetadores (38,32% de share) na terça-feira e 9,1 milhões na segunda-feira (33,23% de share).
O presidente do Conselho Pontifício da Família, D. Vincenzo Paglia, disse ao semanário “Família Cristã” que a iniciativa de Benigni se insere na dinâmica de Igreja “em saída” proposta pelo atual Papa.
Francisco telefonou ao realizador e ator italiano, após a primeira emissão, uma informação que o Vaticano não confirma, por se tratar de uma conversa privada, e que D. Vincenzo Paglia assumiu ser normal, face ao impacto que o programa televisivo ganhou.
“Roberto estava muito surpreendido com este «boom» de audiências, o inacreditável aumento do primeiro para o segundo dia foi extraordinário, ‘miraculoso’, como me disse”, relata o responsável da Santa Sé, para quem o telefonema do Papa não é uma surpresa.
Roberto Benigni, distinguido em 1999 com os óscares para melhor ator principal e melhor filme estrangeiro com o seu ‘A Vida é Bela’, disse que os 10 Mandamentos são “palavras vivas que dançam diante dos olhos, contêm moral e ética”.
O ator e realizador brincou com o sucesso da emissão e disse que alguém se tinha querido “confessar” a si ou batizar os filhos.
Benigni refletiu sobre o amor a Deus e a santificação das festas, o respeito pelos pais e os avós, o adultério, o poder, a mentira e a difamação, o homicídio e a pena de morte.
No final do espetáculo de terça-feira, o ator italiano disse que Deus “compactou” os mandamentos no primeiro e no último, que começam com a expressão ‘Eu sou o Senhor teu Deus’ e acabam com as palavras ‘o teu próximo’: “Eu sou o teu próximo”.
Roberto Benigni falou ainda sobre o mandamento de Jesus de amar também “o inimigo”, considerando que esta é “talvez a palavra mais forte, mais elevada de todo o pensamento humano”.
D. Bruno Forte, teólogo e secretário-especial do Sínodo dos Bispos sobre a Família, disse que Benigni conseguiu “fazer entender que os 10 Mandamentos não estão longe” e que falam à humanidade “de todos os tempos”.
Também o líder da comunidade judaica de Roma, o rabino Riccardo Di Segni, elogiou os programas, mostrando-se “surpreendido” com o conhecimento revelado a respeito dos “livros e textos” do Judaísmo.
OC