Media: Igreja evoluiu para visão mais positiva e menos instrumental – D. Claudio Celli

Antigo responsável do Vaticano pelo setor das Comunicações Sociais, recorda 50 anos de mensagens pontifícias sobre o tema

Lisboa, 04 mai 2016 (Ecclesis) – O arcebispo italiano D. Claudio Celli, antigo responsável do Vaticano pelo setor das Comunicações Sociais, defende que a Igreja Católica tem vindo a concentrar o seu discurso nas “notas positivas” do mundo dos media, com a orientação dos últimos Papas.

“Percebe-se facilmente um movimento através das mensagens do Papa que se sucederam: de uma visão instrumental, a perspetiva foi-se progressivamente deslocando para o desafio antropológico e teológico propriamente dito”, escreve, na introdução do livro ‘Dia Mundial das Comunicações Sociais. 50 mensagens, de Paulo VI a Francisco’.

A publicação do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais (SNCS), com a chancela da Paulus Editora, vai ser apresentada esta quinta-feira, em Lisboa, no contexto da celebração do 50º Dia Mundial das Comunicações Sociais (8 de maio).

Além do um livro que reúne todas as mensagens dos Papas para esta jornada, o SNCS assinala a data com o lançamento do 'Prémio de Jornalismo D. Manuel Falcão’.

D. Claudio Celli, prefeito emérito do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais (Santa Sé), recorda que esta jornada anual foi instituída pelo Concílio Vaticano II (decreto conciliar Inter Mirifica), em 1963.

Celebrado pela primeira vez em 1967, no pontificado de Paulo VI, o Dia Mundial das Comunicações Sociais tem como pano de fundo a respetiva mensagem do Papa, 50 até hoje.

Para D. Claudio Celli, este meio século mostrou um processo de “assimilação progressiva da cultura da comunicação na vida e na missão da Igreja”.

Num contexto de transformação cultural e tecnológica, os Papas Paulo VI, João Paulo II, Bento XVI e Francisco ajudaram a promover uma “mudança de paradigma” que passa por “maior proximidade” entre a Igreja e os media.

D. Claudio Celli comenta ainda a última mensagem, com o tema ‘Comunicação e Misericórdia: um encontro fecundo’, que coloca “em sintonia com o ano jubilar da misericórdia”.

“O Papa Francisco convida-nos a fazer da nossa comunicação uma expressão da compaixão, da ternura e do perdão de Deus para todos”, precisa.

O SNCS vai assinalar esta quinta-feira o 50º Dia Mundial das Comunicações Sociais num encontro dirigido a todos os profissionais dos meios de comunicação social, com início marcado para as 16h00, no Museu de São Roque, em Lisboa.

A Mensagem para o 50.º Dia Mundial das Comunicações Sociais, sobre o tema ‘Comunicação e Misericórdia: Um Encontro Fecundo’, vai ser apresentada pelo presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, D. Pio Alves.

O diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, padre Américo Aguiar, inicia a sessão para fazer o enquadramento do prémio de jornalismos e apresentar o livro com as mensagens para o Dia Mundial das Comunicações Sociais.

Aura Miguel, vaticanista da Rádio Renascença, vai apresentar uma comunicação sobre ‘A relação de João Paulo II, Bento XVI e Francisco com os media’.

OC

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