Luto: Ajuda especializada é cada vez mais importante

Cristina Felizardo é diretora de uma associação pioneira no apoio a pessoas que experimentaram situações de perda

Aveiro, 02 nov 2015 (Ecclesia) – A diretora da associação “Apelo”, de Apoio à Pessoa em Luto, sublinha a importância de prestar ajuda especializada àqueles que passaram por uma situação de perda e viram a sua vida “intensamente” afetada.

“Embora o luto seja um fenómeno tão natural e frequente como a própria existência humana”, frisa Cristina Felizardo, são muitas as vivências por que passam aqueles que o experimentam, desde o “choque” à “descrença” passando por um “sofrimento mental intenso, desorganização emocional, vulnerabilidade física, isolamento social e solidão”.

E a expressão “luto” não se aplica apenas à morte, compreende também outras situações de perda ou de separação “mais ou menos prolongada no tempo”.

Como a “separação conjugal”, a “emigração” de um dos cônjuges ou o “encarceramento” de um familiar.

Inclui também outras situações, mais relacionadas com o “amor-próprio”, por exemplo em casos de mulheres que foram submetidas a uma “ablação do seio”, ou de pessoas que passaram por “amputações ou alterações patológicas do corpo”, sublinha aquela responsável.

Há ainda quem passe por um processo de luto afetivo devido a situações de “aborto” ou de “nascimento de um filho com deficiência”, e de luto social ou económico, por estar no “desemprego” ou não ver reconhecidas as suas “qualificações e competências”.

Em todos os casos, prossegue Cristina Felizardo, “atingir a harmonia interior, a pacificação emocional, a superação do luto” muitas vezes não depende apenas do apoio “da família e amigos”.

“Estes são solidários e disponíveis. No entanto, o tempo impõe-se e a vida continua. Família e amigos, sem darem conta, regressam às suas rotinas e o enlutado experiencia a pior sensação: a solidão”, realça a diretora da associação “Apelo” no dossier do Semanário ECCLESIA intitulado “Luto e Santidade”

Assim, é fundamental que existam também “respostas formais e institucionais, disponibilizadas por organizações que, de forma profissional ou voluntária, promovem o apoio ao luto”, frisa a especialista.

No caso da associação “Apelo”, ela desenvolve o seu trabalho através de “conselheiros do luto, únicos no país”, pessoas com “formação especializada em aconselhamento no luto, com experiências pessoais de perdas pessoais profundas”.

Ao nível nacional e com delegações em Aveiro e Lisboa, a instituição “dinamiza sessões de apoio ao luto e facilita grupos de entreajuda, para pessoas, famílias e comunidades em luto”.

JCP

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