1.º de Maio: Dia de festa mantém dimensão de «luta», 50 anos depois do início da democracia

Coordenador da LOC/MTC sublinha importância do «trabalho digno»

Lisboa, 30 abr 2024 (Ecclesia) – O coordenador da Liga Operária Católica/Movimento dos Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC) considera que as celebrações do próximo 1º de são um “tempo de festa”, nos 50 anos do 25 de Abril, mas também “um tempo de luta”.

“Luta pelo trabalho digno, pela dignidade no trabalho, dignidade na vida, dignidade para as famílias operárias e para os trabalhadores, portanto vai ser um tempo muito forte até em comemoração do 25 de Abril, que também faz os seus 50 anos”, disse Américo Monteiro à Agência ECCLESIA.

Já Pedro Esteves, coordenador nacional da Juventude Operária Católica (JOC), sublinha que a juventude vive o mundo do trabalho de forma desmaterializada e em moldes diferentes daquilo que era o tradicional.

“É um pouco diferente falar do trabalho com as pessoas que viveram o 1º de maio de 1974 porque essas pessoas, realmente, viveram a transição do 25 de abril para o 1º de maio, e agora este 1º de Maio, hoje em dia, já não diz tanto às pessoas”, realça.

Apesar das relações laborais diferentes, a JOC continua a consciencializar os jovens para o exercício das atividades profissionais e dos seus direitos e garantias no respeito pela dignidade.

O objetivo principal da JOC é fazer os jovens entenderem que “cada jovem trabalhador vale mais do que todo o ouro do mundo e mostrar a esses jovens que eles valem alguma coisa, não só meras bestas de carga”, frisou Pedro Esteves.

Atualmente, como os jovens têm acesso “mais tardio” ao mundo laboral por causa dos estudos universitários, a JOC começa a captar os jovens ainda nas escolas.

“Começa a haver não só trabalhadores, mas também estudantes para que fiquem mais consciencializados para quando chegarem ao mercado de trabalho” disse.

Para assinalar do 1º de maio de 2024, Pedro Esteves avançou que a JOC participa, durante a manhã, em atividades no Seminário do Vilar, Porto, e depois na manifestação durante a tarde.

Esta situação “causa dificuldade à organização dos trabalhadores” e na “sensibilidade do contributo coletivo para a sociedade”, afirma o coordenador nacional da LOC.

O que interessa é “oferecer às pessoas” uma perspetiva uma forma de serem cristãos empenhados pela transformação do mundo”, disse o responsável.

Os novos moldes laborais são diferentes porque a entidade empregadora e as hierarquias nem sempre são visíveis, acentua Américo Monteiro, por sua vez: “Muitas vezes, os jovens nem sabem quem é a sua entidade empregadora porque têm várias entidades a quem respondem com a sua profissão, os seus conhecimentos, a sua especialidade”.

“Todos nós podemos dar um bom contributo para uma forma nova de encarar a sociedade e de nos entreajudarmos, de sermos solidários”, acrescenta.

Há 50 anos, “muitos cristãos” faziam caminho nos círculos de cultura operária, na luta sindical e tinham “adquirido uma consciência do que eram os valores do trabalho”.

A sociedade “mudou”, apesar das “muitas insuficiências” atuais, a “Igreja abandonou esta área dos cristãos no mundo do trabalho”, concluiu o coordenador da LOC/MTC.

HM/LFS/OC

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