Incêndios: Presidente da Cáritas de Coimbra apela à solidariedade para atender a «cenário de terror»

«É uma situação ímpar, pelo número de vítimas, é olhar para uma região e não a reconhecer»

Coimbra, 19 jun 2017 (Ecclesia) – A Cáritas de Coimbra reforçou hoje o seu “compromisso” em ajudar as populações atingidas pelos incêndios de Pedrógão Grande, no sentido de estas “reencontrarem a sua vida e os seus meios de sustento”.

Em declarações à Agência ECCLESIA, o presidente daquela instituição lamenta o “cenário de terror” causado pelas chamas que desde sábado fustigam a região e outros concelhos vizinhos como Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, e que já causaram 62 mortos e 62 feridos.

“É ver uma situação ímpar, pelo número de vítimas que perdemos, é olhar para uma região e não a reconhecer”, descreve o padre Luís Costa, para quem “o mais importante” é agora que os portugueses sejam “solidários” e ajudem as pessoas e as famílias que “aqui vivem e construíram a sua vida”.

“As necessidades serão muitas, não só para as pessoas, para as casas, até para a vida económica daquela região, de agricultura, da criação de animais, vão existir muitas necessidades”, alerta aquele responsável.

A Cáritas Portuguesa, a nível nacional, já disponibilizou 200 mil euros para a ajuda de emergência e criou uma conta solidária intitulada ‘Cáritas com Portugal abraça vítimas dos incêndios’, com o número 0001 200000 730 e o IBAN PT50 0035 0001 00200000 730 54, na Caixa Geral de Depósitos.

No que diz respeito à Cáritas Diocesana de Coimbra, por agora foram reunidos 100 mil euros de donativos, e está em marcha um plano de fornecimento de bens essenciais, a começar pela alimentação e pela roupa.

“Temos um centro logístico em articulação com a Paróquia de Pedrógão Grande, junto à igreja, para que depois o centro de triagem e de distribuição seja o mais perto possível das pessoas”, explica o padre Luís Costa.

Um pouco de todo o país têm chegado ofertas solidárias de vestuário, mas os agentes da Cáritas no terreno têm a indicação para “comprar tudo o que seja roupa interior e de vestir, ou calçado que não exista nas doações”.

“Existem sempre necessidades que não estavam identificadas inicialmente mas que vão aparecendo ao longo do tempo”, realça o presidente da Cáritas Diocesana de Coimbra, que dá como exemplo a falta de “papas e de fraldas para crianças” e de “fraldas para idosos”.

Outras prioridades apontadas são o apoio psicossocial às vítimas e o fornecimento de alojamento temporário a quem precise.

“Temos alguns centros que podem acolher pessoas, mas sempre em termos provisórios, e tenho indicação de uma família de Idanha-a-Nova que disponibiliza lugar para 30 pessoas. Mas por agora as necessidades estão asseguradas”, realça aquele responsável num balanço possível, uma vez que as condições de análise ainda são muito difíceis.

“Praticamente só conseguimos contactar com Pedrógão Grande. Nos concelhos de Castanheira de Pera e de Figueiró dos Vinhos, como todas as comunicações foram cortadas, principalmente as fixas, é difícil chegar às necessidades”, realça o padre Luís Costa.

JCP

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