Igreja/Sociedade: «A vida tem muitos sinais de esperança» – Reitor do Seminário Maior de Coimbra

Padre Nuno Santos destaca potencial da internet em tempos de suspensão das celebrações comunitárias

Coimbra, 16 abr 2020 (Ecclesia) – O reitor do Seminário Maior da Diocese de Coimbra afirmou que “foi um tempo de coragem” a Igreja Católica ter suspendido as celebrações comunitárias por causa da Covid-19 e que “rapidamente o melhor da criatividade, da inspiração” surgiu na internet.

“Não basta fechar as igrejas, é preciso ter mais capacidade, e a Igreja procurou adaptar-se rapidamente. Logo no sábado ou no domingo já estava a haver transmissões online, outras coisas e programas para a net”, assinala o padre Nuno Santos, lembrando a determinação da Conferência Episcopal Portuguesa a 13 de março.

O entrevistado residente do programa ECCLESIA, desta semana na rádio Antena 1, afirma que “a vida tem muitos sinais de esperança”.

“Queremos celebrar o tempo de Páscoa, a oportunidade de celebrar alguns dessas frestas por onde uma luz mais forte”, acrescentou.

O reitor do Seminário Maior da Diocese de Coimbra partilhou o espanto com a forma como a Igreja Católica em Portugal, em particular, se adaptou à situação de isolamento social e às celebrações sem a presença da comunidade passando a transmitir pela internet e destaca a atenção às “redes sociais, ao alcance”, a fazer com qualidade.

“Em Portugal foi um abanar pela positiva e surgir de tantas experiências que surpreenderam a todos. São sinais de uma Igreja que se tem de adaptar ao contexto onde a criatividade por inspiração, acredito muito, nos faz sonhar coisas que não estávamos tão despertos e dispostos”, acrescentou, salientando contudo que já existe muita reflexão sobre esta temática com as mensagens dos Papas para o Dia Mundial das Comunicações Sociais.

Neste contexto, conta que quando “era mais novo” teve sempre a ideia que do lado da Igreja “vinha muito da tecnologia e do melhor da comunicação”, mas que “se deixou ficar para trás” e no último mês “têm sido oportunidade de valorizar”.

“Tenho pena se depois, quando pudermos deixar este contexto de confinados, esquecermos aquilo que pudemos aprender neste percurso. Será diferente, mas seria bom se não perdermos a importância da comunicação social”, observa.

Para o padre Nuno Santos, que foi formado “exclusivamente a pensar numa comunidade cristã, em celebrar os sacramentos, em contactar com as pessoas”, a missão de um sacerdote também se renova através das novas respostas e adaptação.

“Para a Igreja fechar as portas, não termos celebrações com as comunidades, é a primeira vez na história da humanidade. Uma parte essencial, em termos da nossa identidade, a reunião comunitária, o estarmos juntos, o tocar, o aproximar”, explicou o reitor do Seminário Maior da Diocese de Coimbra.

LS/CB/OC

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