Covid-19: Cuidar dos mais frágeis e vulneráveis deve ser prioridade, dizem representantes católicos América Latina

Manifesto assinado por 170 personalidades pede cooperação internacional, reestruturação da dívida externa e responsabilidade aos media para acabar com sensacionalismo

Cidade do Vaticano, 16 abr 2020 (Ecclesia) – Um grupo de representantes católicos da América Latina assinarou um manifesto onde indicam como prioridade o “cuidado com os mais frágeis e vulneráveis”, e incentivam à cooperação internacional neste tempo de pandemia do Covid-19.

“O nosso olhar nasce da dor daqueles que sofrem e sofrerão mais por causa dessa pandemia: os pobres, os que estão sozinhos e abandonados, os mais frágeis e vulneráveis, os mais pobres e indefesos, aqueles que serão mais atingidos pela pandemia. Basta pensar no impacto dramático que isso terá para as multidões de irmãos latino-americanos que sobrevivem apenas graças ao trabalho não declarado e, em geral, ao trabalho de rua ou a tantos idosos abandonados. São os pobres que precisam sair de casa para ganhar o pão quotidiano e que muitas vezes não conseguem observar as regras de isolamento e quarentena”, pode ler-se no texto assinado por 170 personalidades, noticiado hoje jornal L’Osservatore Romano.

A iniciativa, promovida pela Academia de Líderes Católicos, nascida no Chile, é assinada por três ex-chefes de estado, um ex-secretário da Organização dos Estados Americanos, um ex-diretor do Fundo Monetário Internacional e vários deputados e ex-deputados, indica o ‘Vatican News’.

O texto afirma que a economia “deve demonstrar sua capacidade de enfrentar o desafio sem precedentes”, demonstrando “criatividade para resistir e depois superar a crise”.

Os signatários pedem também “atitudes coordenadas e em conjunto”, deixando de lado o “salve-se quem puder”, com os organismos multilaterais a assumir “responsabilidade e liderança” e as “Igrejas a serem porta-vozes e executoras dessas medidas”.

“É um momento fundamental para reforçar os mecanismos de integração (Aliança do Pacífico, Mercosul, Sistema de Integração Centro-Americano) e as relações de cooperação entre os países com as maiores populações do continente (México, Colômbia, Brasil, Argentina e Chile)”, sublinha a declaração.

O manifesto indica ainda a importante “colaboração do Banco Mundial, do Banco Interamericano de Desenvolvimento e do Banco Latino-Americano de Desenvolvimento”, e pede a reestruturação da dívida externa dos países, mostrando “solidariedade”.

“Certamente, nos encontramos numa situação muito grave no nosso planeta, provavelmente o maior desafio que nós, como geração, viveremos na nossa história”, afirma.

“Uma leitura autêntica da realidade” pede atitudes e compromissos a partir “da escolha de Jesus Cristo”, ou seja, posicionamentos “para enfrentar a crise feitos do ponto de vista do impacto sobre os mais vulneráveis”.

Os 170 líderes indicam também a importância de envolver os media na luta contra o “sensacionalismo” e tendo em vista o bem comum, contribuindo, assim, para “um clima consciente dos riscos, mas sereno e seguro de si”.

“Enfrentar a difícil realidade atual, partindo do olhar cristão comum e agir de acordo, tendo sempre como prioridade a tutela dos mais frágeis e vulneráveis, e promovendo uma maior cooperação e integração internacional”, é o caminho para superar as dificuldades presentes.

LS

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