Igreja procura respostas para a crise

Simpósio junta centenas de participantes, para diagnosticar a situação actual e encontrar pistas para o futuro A Conferência Episcopal Portuguesa reúne esta Sexta-feira em Lisboa personalidades dos mais variados âmbitos da nossa sociedade para um Simpósio sobre a actual situação de crise, subordinado ao tema “Reinventar a solidariedade”. Durante quase 10 horas, centenas de participantes são convidados, no Centro de Congressos, a fazer um diagnóstico do momento e a procurar pistas para o futuro. As recentes explosões de violência são, segundo responsáveis da CEP, um sinal preocupante que exige urgência na resolução dos casos mais graves de pobreza e exclusão social. No final da assembleia plenária que decorreu de 20 a 23 de Abril, os Bispos portugueses afirmavam que na “hora difícil vivida por tantos portugueses exige uma caridade responsável, realista e coordenada, e pede reflexão profunda e propostas concretas para enfrentar o futuro com lúcida renovação e esperança fundamentada”. “Consciente da gravidade e amplidão da presente crise socioeconómica, a CEP congratula-se com os múltiplos sinais de solidariedade que surgem um pouco por todo o lado, nomeadamente por parte da Cáritas, a nível nacional e diocesano, e de outras instituições e grupos sociocaritativos”, indicava o comunicado final da assembleia. Os Bispos apelaram “ao reforço deste movimento de solidariedade para com os mais atingidos pela crise, com coração aberto e generoso”. O desafio do Simpósio promovido pela CEP é envolver a sociedade civil e cada cidadão na solução desta crise, em iniciativas solidárias. João Meneses, comissário da iniciativa, diz que o momento que vivemos oferece a oportunidade de “olhar o paradigma de desenvolvimento” e “procurar formas de ultrapassar” as suas fragilidades. Este espaço de troca de ideias vai apelar a um envolvimento criativo, a vários níveis, de um plano mais geral até ao compromisso de cada um, “seja na geração de rendimentos, prestando serviços, na recolha de fundos”. “Há muitos iniciativas de empreendedorismo social, noutras sociedades, que não dependem do Estado, há aqui um campo em que podemos criar respostas para necessidades sociais sustentáveis do ponto de vista económico, sem depender sequer do Estado”, assinala João Meneses. Vários contributos têm sido dados directamente no site do simpósio, em www.reinventarasolidariedade.org/ideia.asp As ideias serão depois apresentadas a vários parceiros sociais, que as procurarão passar à prática. O comissário da iniciativa revela, a título de exemplo, que a primeira proposta pedia a cada família que tenha essa possibilidade “adopte uma família pobre”, numa intervenção directa à margem de políticas governamentais.

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