D. José Policarpo antecipa celebração do Ano da Fé, convocada por Bento XVI, e aborda Sínodo dedicado à nova evangelização
Lisboa, 09 out 2012 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa afirmou em entrevista hoje publicada pela Agência ECCLESIA que o “grande desafio” para os católicos no Ano da Fé, convocado por Bento XVI é “aprofundar” essa mesma fé.
“O Santo Padre foi muito feliz ao dizer-nos que a fé é uma ‘porta’, porque nos abre para um caminho difícil, uma espécie de peregrinação dolorosa. Não se trata apenas de uma atitude intelectual, mas de uma mudança de vida”, afirmou D. José Policarpo, a respeito da celebração que se vai iniciar esta quinta-feira.
Segundo o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, a dimensão comunitária da fé cristã ajuda a relativizar uma época “marcada pelos individualismos.
“Pode ser preocupante dizer ‘eu acredito como acho que tenho de acreditar’”, alertou.
Além do individualismo, D. José Policarpo adverte contra as consequências de uma globalização que, do seu ponto de vista, levou à “transposição universal de problemas e visões erradas e verdadeiras”, sem que se tenham definido “objetivos para a humanidade pelos quais todos lutem”.
O cardeal-patriarca alude ainda ao Sínodo dos Bispos que se realiza no Vaticano, desde domingo, dedicado ao tema da nova evangelização, afirmando que esta exige “um novo ardor da fé, que supõe escuta da Palavra de Deus, da voz da Igreja e da celebração sincera da Páscoa de Jesus”.
“No princípio a nova evangelização provocou entusiasmo, mas hoje já está ‘aprisionada’ pela estrutura. Hoje não há secretariado, quer em Roma quer nas dioceses que não sinta necessidade de ter um ‘capitulozinho’ sobre a nova evangelização”, observa o patriarca de Lisboa.
O presidente da Conferência Episcopal sublinha que o Sínodo tem uma dimensão de universalidade “notória” e é importante para “reconduzir à unidade os diferentes desafios e sensibilidades”.
“Não acertamos ainda com os novos caminhos”, admite.
PR/OC