Obra final da trilogia de Bento XVI, com tradução em português, aborda as passagens do Evangelho sobre a infância de Cristo
Cidade do Vaticano, 10 out 2012 (Ecclesia) – O novo livro de Bento XVI, que conclui a sua trilogia sobre ‘Jesus de Nazaré’, defende que a figura de Cristo se distingue das personagens da mitologia e apela à “seriedade” da pesquisa histórica.
“Jesus não nasceu nem apareceu publicamente no vago ‘outrora’ do mito. Ele pertence a um tempo datável exatamente e a um ambiente geográfico indicado com clareza”, escreve o Papa na obra intitulada ‘A infância da Jesus’, de que o Vaticano antecipou algumas passagens.
O livro está a ser apresentar a partir de hoje na Feira Internacional do Livro em Frankfurt, Alemanha, pela editora Rizzoli.
O volume vai abordar os chamados “evangelhos de infância”, sobre os primeiros anos de vida de Cristo, e é apresentado pelo próprio Papa como “uma espécie de pequeno «hall de entrada» aos dois livros precedentes sobre a figura e a mensagem de Jesus de Nazaré”.
Segundo Bento XVI, “é preciso perguntar-se o que pretendiam dizer com o seu texto os respetivos autores, no seu momento”, isto é, “a componente histórica da exegese”.
Esta dimensão, acrescenta, deve ser acompanhada pela “pergunta acerca da relação do passado com o presente”.
“Deste modo a seriedade da pesquisa histórica não diminui mas aumenta”, sustenta, no prefácio do novo livro.
A edição desta quarta-feira do jornal do Vaticano, ‘L’Osservatore Romano’, adianta que a edição em italiano vai ser lançada antes do Natal, em coedição com a editora da Santa Sé, e que estão a decorrer negociações com editores de 32 países para as traduções do original alemão para 20 línguas entre as quais o português.
“Espero que o pequeno livro, não obstante os seus limites, possa ajudar muitas pessoas no seu caminho rumo a e com Jesus”, escreve Bento XVI.
A segunda parte da obra foi apresentada em março de 2011, passando em revista os momentos que precederam a morte de Jesus e a sua ressurreição.
O primeiro volume de ‘Jesus de Nazaré’ tinha sido publicado em 2007 e era dedicado ao começo da vida pública de Cristo (desde o batismo à transfiguração).
Toda a obra começou a ser escrita no verão de 2003, antes da eleição de Joseph Ratzinger como Papa.
OC