Igreja/Portugal: «Obrigado pela paz», disse patriarca de Lisboa em homenagem à «Mãe Soberana», em Loulé

D. Rui Valério destacou disponibilidade de Nossa Senhora, «sinal da vida nova presente na história que quer irromper» na vida de cada pessoa

Loulé, 16 abr 2024 (Ecclesia) – O patriarca de Lisboa agradeceu a paz, incentivou à construção de “pontes para ir ao encontro dos outros”, falando na festa da ‘Mãe Soberana’, em Loulé, Diocese do Algarve.

“Num momento em que no mundo, em tantas geografias, em tantos países, se escuta o rebombar dos canhões, o grito de quem sofre a guerra, nós, Mãe, aqui de Loulé, vos podemos dizer que o que nos permites escutar é um hino de alegria porque o nosso coração está em paz. Obrigado pela paz!”, disse D. Rui Valério, após a chegada da imagem de Nossa Senhora da Piedade à sua ermida, este domingo.

O patriarca de Lisboa, que preside à festa deste ano, incentivou os presentes a construírem “pontes para ir ao encontro dos outros” e pediu que todos sejam “servos e servas da dignidade, da paz, do amor e da justiça”, no final da ‘Festa Grande’ da ‘Mãe Soberana’, rezou pelo Papa Francisco, e agradeceu a Nossa Senhora por acolher os que “padecem no sofrimento da alma e do corpo”.

“Nunca nos deixes sós, nunca nos abandones, mas, particularmente, que ninguém esteja só nesse instante de à vida e ao mundo dizer adeus; que ninguém parta na eternidade privado da presença de um sorriso, de uma palavra ou de um gesto maternal”, acrescentou o presidente da celebração, divulgou hoje o jornal diocesano ‘Folha do Domingo’.

Na homilia da Missa, o presidente da celebração já tinha destacado que na “disponibilidade” de Maria que cada ser humano “pôde ousar, viver e sonhar”, fazer da sua vida um projeto de entrega, de doação, “de inteira disponibilidade ao Senhor para servir a humanidade”.

Esta celebração louletana, que marca o regresso da imagem da ‘Mãe Soberana’ da cidade para o seu santuário, acontece 15 dias após a Páscoa, D. Rui Valério apresentou os pés e as mãos de Jesus como “sinais da ressurreição” e destacou também os pés e as mãos de Maria.

São mãos que nos mostram este projeto de uma nova vida, são mãos que se estendem para ti, para te acolher, são mãos que vêm ao teu encontro para envolver; São os pés de uma Mãe que, quando tu gritas socorro e pedes ajuda, não hesita em correr para ti”.

Na homilia da Missa campal, D. Rui Valério destacou que na imagem da ‘Mãe Soberana’, Nossa Senhora tem, no regaço, “um cadáver moribundo, um sofredor, alguém cujo aspeto não é atrativo, mas que ela possui, acolhe e segura”: “És tu que ali estás, és tu que Nossa Senhora chama para o seu regaço, é a ti que ela está a envolver”.

A Eucaristia foi concelebrada pelo bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, que fez a oração de consagração da diocese à ‘Mãe Soberana’, e pelo bispo emérito do Funchal, D. António Carrilho, natural de Loulé, muitos padres, junto ao Monumento a Duarte Pacheco, na Avenida 25 de Abril.

Oito homens, vestidos de calças e opas brancas, transportaram o andor da padroeira – Nossa Senhora da Piedade -, da cidade de Loulé para o seu santuário na ermida, ao som da Banda Filarmónica Artistas de Minerva.

O jornal diocesano ‘Folha do Domingo’ informa que estas festividades são “uma tradição com provável origem em 1553”, data oficial da edificação da capela que lhe é dedicada, mas um relatório de 1518, dos visitadores da Ordem de Santiago, dá conta da existência de um “retábulo de portas com Nossa Senhora da Piedade”, na capela de Santo António da igreja matriz de Loulé.

CB/OC

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