“O vicentino nunca está desempregado”. A afirmação é do Pe. Nélio Pita, orador convidado do Dia Vicentino que ontem decorreu no Funchal. Para este jovem sacerdote (madeirense e religioso da Congregação Padres da Missão) o trabalho discreto dos vicentinos, a favor dos mais pobres, deve basear-se na doutrina de São Paulo que “centrava a sua missão no Cristo crucificado”. São Vicente de Paulo também “procurou socorrer os crucificados”. E, hoje, há que prosseguir esta tarefa, ir aos encontros das novas formas de pobreza “com vontade, criatividade, coragem e inteligência”, disse ao Jornal da Madeira. No nosso tempo, os “Cristos crucificados “ são os que mais sofrem com “a crise econónmica. Há um aumento de desempregados, pessoas com muitas dificuldades, idosas em solidão e outros excluidos. São estes os Cristos de hoje que somos chamados a servir”, alertou o Pe. Nélio Pita.” O mesmo alerta foi manifestado pelo Bispo do Funchal. Em declarações ao Jornal da Madeira lembrou que hoje “fala-se muito na crise, nas necessidades actuais, de mais gente carenciada, e é bom que se consiga descobrir estas situações”, nomeadamente “através das Conferências, das nossas paróquias, que façam o que está ao seu alcance.” Neste apostolado, entretanto, D. António apela aos mais jovens para que se disponibilizem através das Conferências vicentinas”. Colocar a juventude “em contacto com as necessidades, para que se vá mais longe na resposta, se renovem e surjam mais conferências”, foi o desejo deixado pelo Bispo do Funchal, no âmbito do Dia Vicentino. A partir de Outubro próximo, o Conselho Central das Conferências de S. Vicente de Paulo na nossa Diocese terá uma nova direcção. A actual presidente, Manuela Serôdio, por completar oito anos no cargo e por limite de idade não vai continuar a exercer estas funções. “Sinto-me compensada e com a consciência do dever cumprido”, disse à nossa reportagem. Neste momento existem 32 Conferências, por toda a Região, incluindo uma (única em todo o país) na Escola Secundária Francisco Franco.