Igreja/Ambiente: Geração «Laudato Si» une-se à greve climática estudantil

Encíclica ecológica do Papa Francisco foi assinada a 24 de maio de 2015, inspirando luta dos jovens católicos

Lisboa, 24 mai 2019 (Ecclesia) – Milhares de jovens católicos em todo o mundo unem-se hoje à greve climática estudantil marcada para mais de 100 países, entre os quais Portugal, inspirados na encíclica ecológica do Papa, ‘Laudato Si’, assinada a 24 de maio de 2015.

A ‘Geração Laudato Si’, coordenada pelo Movimento Católico pelo Clima, associa-se à iniciativa, manifestando a sua preocupação com a defesa da “casa comum”.

“A crise climática tem trazido sofrimento, destruição e conflitos para a família humana, em especial os mais pobres. Estamos no meio de uma extinção em massa, com até 200 espécies extintas a cada dia que passa, devido à destruição sem precedentes dos ecossistemas. O nosso ar, as nossas terras e águas estão poluídas, e o espaço natural vai desaparecendo”, alertam os jovens católicos, num apelo à mobilização nesta sexta-feira.

Deus chamou-nos a proteger a Terra. Por nós, os jovens, e por todas as pessoas vulneráveis, pedimos que os líderes da Igreja e das nações tomem decisões no mundo político para mudar esta história. Como o Papa Francisco reconheceu na sua carta encíclica Laudato Si’: «Os jovens exigem de nós uma mudança»”.

A ‘Geração Laudato Si’ espera que a comunidade internacional seja capaz de acolher “decisões difíceis que sejam capazes de mudar o curso da história e proteger o planeta”.

Em janeiro, na Jornada Mundial da Juventude que decorreu no Panamá, os jovens católicos aprovaram um manifesto, pedindo “medidas urgentes para proteger o planeta, os pobres e os mais vulneráveis”.

Sob o título “Conversão Ecológica em Ação”, o manifesto evidencia as conclusões do III Congresso Internacional sobre o Cuidado da Criação, que decorreu na Universidade Católica do Panamá no âmbito das JMJ 2019.

“Estamos conscientes de que nós, jovens católicos, não estamos a fazer o suficiente. Apesar dos compromissos assumidos em conferências anteriores sobre o cuidado da criação, a propósito das Jornadas Mundiais da Juventude 2013 e 2016, ainda não estamos a mobilizar-nos o suficiente pela nossa casa comum”, sublinha o documento.

No dia 16 de abril, o Papa Francisco encontrou-se com Greta Thunberg, a jovem sueca de 16 anos que desencadeou paralisações pelo clima em todo o mundo.

À ‘Geração Laudato Si’ aderiram grupos de jovens como o Movimento Internacional de Estudantes Católicos, a Rede de Jovens Católicos pela Sustentabilidade Ambiental em África, a Green Alliance Don Bosco ou as Iniciativas Cáritas Jovens.

Num documento divulgado pelo movimento, sublinha-se que o Papa Francisco “apela à conversão interior para uma ecologia integral, um paradigma novo”, capaz de travar “a crise ecológica e social, que provém da degradação humana e ética”.

O Papa propõe na sua encíclica ‘Laudato si’ uma mudança de fundo na relação da humanidade com o meio ambiente, alertando para as consequências já visíveis do aquecimento global e das alterações climáticas.

“As mudanças climáticas são um problema global com graves implicações ambientais, sociais, económicas, distributivas e políticas, constituindo atualmente um dos principais desafios para a humanidade”, escreve Francisco, que assinou o primeiro documento do género inteiramente dedicado a questões ecológicas.

O texto fala numa “raiz humana” da crise ecológica, que o Papa diz ser possível superar, entre outras medidas, “substituindo os combustíveis fósseis e desenvolvendo fontes de energia renovável”.

OC

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