Guiné-Bissau: Bispo de Bafatá explica que estado de emergência está a afetar muitas famílias num dos «10 países mais pobres do mundo»

D. Pedro Carlos Zilli alerta que «a maioria das pessoas nem tem luz elétrica» em casa

Foto: Diocese de Bafatá

Bafatá, Guiné-Bissau, 24 abr 2020 (Ecclesia) – O bispo de Bafatá, na Guiné-Bissau, disse que num “dos 10 países mais pobres do mundo” o estado de emergência decretado por causa da pandmeia Covid-19 está a afetar a vida de muitas famílias, com o confinamento em casa.

“As pessoas não têm dinheiro para comprar o peixe, a carne, bastante e deixar armazenados até porque não teria como conservar. A maioria das pessoas nem tem luz elétrica, nem frigorífico, nem nada”, conta D. Pedro Carlos Zilli.

Num vídeo divulgado pela Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), o bispo da Diocese guineense de Bafatá sublinha que as “dificuldade são enormes” no país lusófono e, “às vezes, na mesma casa moram muitas pessoas”.

O confinamento em casa, por causa da pandemia do novo coronavírus, pode revelar-se dramático, grande parte da população vive de uma economia informal, e o estado de emergência levou ao encerramento de mercados, das fronteiras e provocou um aumento nos preços dos bens de primeira necessidade.

D. Pedro Zilli é missionário na Guiné-Bissau há mais de 35 anos e explica que o país lusófono a “saúde é muito fraca”, em “tempos normais”, o Ministério da Saúde tem dificuldade mas destaca o seu trabalho e dos “médicos, enfermeiros”, de “sensibilização, de prevenção, de acompanhamento da situação” e o Governo, para além da Igreja.

“A Igreja Católica, através da Caritas, das paróquias, tem feito um bom trabalho de sensibilização, de prevenção, de ajudar as pessoas. A nossa rádio ‘Sol Mansi’ tem feito, graças a Deus, um bom trabalho nesse sentido também”, assinalou o bispo natural do Paraná, no Brasil.

A Fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre, que também monitoriza a liberdade religiosa no mundo, contabiliza que os cristãos representam cerca de 13% da população na Guiné-Bissau, os muçulmanos com mais de 45% são a religião principal, e 40% dos guineenses segue as religiões tradicionais.

“Temos rezado muito. Nós, os católicos, os evangélicos, os muçulmanos, a religião tradicional, todos estão em oração. Pedindo a Deus forças para trabalhar ainda mais, com coragem, na luta desta pandemia, deste sofrimento. E pedindo a Deus para que acabe com isso tudo, que Deus nos dê a graça de retornar à normalidade, ao nosso dia-a-dia”, desenvolveu o bispo de Bafatá.

D. Pedro Zilli partilhou que também tem “rezado bastante, talvez até mais do que noutros tempos”, divulga o secretariado português da AIS.

“Na minha oração coloco sempre o nosso mundo, a nossa África, a nossa Guiné-Bissau, o nosso Brasil, o nosso Paraná. Coloco todos nós na minha oração”, assinalou o bispo brasileiro.

Os bispos das dioceses católicas da Guiné-Bissau – D. Pedro Carlos Zilli  e D. José Camnate na Bissign (bispo de Bissau) – lançaram uma recolha de fundos, dentro e fora do país, para que as Cáritas guineenses possam ir ao encontro dos mais necessitados na luta contra a pandemia de Covid-19 no país lusófono

CB

 

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