Guarda: Bispo diz que é preciso reafirmar Cristo numa sociedade onde «cresce a falta de esperança»

D. Manuel Felício espera que o Ano da Fé mostre católicos empenhados em partilhar com os outros «a riqueza» de Deus

Guarda, 08 out 2012 (Ecclesia) – O bispo da Guarda diz que o Ano da Fé, com início marcado para quinta-feira, será uma grande oportunidade para a Igreja Católica reafirmar Cristo como alternativa a uma sociedade onde “cresce a falta de esperança”.   

Numa nota pastoral enviada hoje à Agência ECCLESIA, D. Manuel Felício começa por denunciar a falência de um mundo “marcadamente voltado” para a “satisfação das necessidades materiais” e para a “competição desenfreada”.

De acordo com o prelado, o modelo atual retira às pessoas “tempo e energias para o que é mais importante na vida”, ou seja, “a relação com Deus e nele a gratuidade das relações humanas, a começar pelas relações familiares”.

“Consequentemente” – acrescenta o mesmo responsável – “geram-se situações onde cresce a insatisfação e a falta de esperança, até atingir limites de angústia que não são de estranhar”.

Neste ambiente, os católicos são chamados a “viver com entusiasmo a sua relação com Deus, para que outros descubram também a riqueza da Fé para as suas vidas”.

“É este saborear da vida em plenitude, da vida que não se esgota no consumo de bens materiais e tudo o que deles se espera, como são o poder e o prazer, que de facto está a fazer falta às pessoas”, sustenta o bispo da Guarda.

Para D. Manuel Felício, o Ano da Fé apresenta-se também como um tempo propício para a Igreja chegar a mais pessoas e também reavivar “a inquietação do encontro com Deus” nos “batizados mais ou menos esquecidos deste bem fundamental”.

“Deus e a Fé, para crescente número de pessoas e várias compreensões do mundo, são realidades irrelevantes e, portanto, dispensáveis, chegando mesmo, algumas vezes, a serem consideradas um obstáculo para a completa autonomia da pessoa humana e para o desenvolvimento enquanto tal”, lamenta o prelado.

Contrariar “esta atitude de recusa” da religião, quem “em Portugal atinge 4,5 por cento da população” pressupõe, segundo o mesmo responsável, a existência de comunidades cristãs empenhadas em “redescobrir, ao longo deste ano, a alegria de crer e comunicar a Fé”.

“É nossa obrigação estar atentos a todos os sinais da Fé e da procura de Deus que possamos descobrir na vida das pessoas para as ajudarmos, quanto possível, a seguir o caminho que as poderá levar a saborear o autêntico encontro salvador com o Senhor”, desafia o bispo.

O Ano da Fé inicia-se a 11 de outubro, data em que passam 50 anos da abertura do Concílio Vaticano II e 20 anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica, terminando a 24 de novembro de 2013, último domingo do ano litúrgico.

 

JCP

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