Funchal: D. Nuno Brás convidou homens à «novidade de Jesus», à «partilha» e «olhar o outro»

Bispo do Funchal indicou a «eucaristia» como alimento da comunidade

Funchal, 14 abr 2022 (Ecclesia) – D. Nuno Brás disse hoje na celebração da Ceia do Senhor que “Jesus trouxe uma novidade” que convida o homem a ser participante “na partilha”, “no olhar o outro”.

“Em Jesus, existe uma realidade de facto nova: existe a novidade da vida de Deus, e a possibilidade de a ela verdadeiramente acedermos, coisa impensável à nossa razão humana. Existe a novidade de uma nova atitude do ser humano diante de Deus, e a possibilidade que Ele nos oferece de partilhar dessa novidade. Existe a novidade de olhar o outro de um modo novo, com um novo olhar e a possibilidade de partilharmos dessa novidade deixando que Deus vá, aos poucos, tornando a nossa liberdade mais dócil à sua vontade, ao seu projeto para todos e ao seu projeto para cada um de nós”, afirmou o bispo do Funchal na homilia da celebração da Quinta-feira Santa, na Sé do Funchal, enviada à Agência ECCLESIA.

D. Nuno Brás apontou a Igreja, “nova comunidade”, surgida “não pela partilha de interesses religiosos por parte dos seus membros; não a partir da possibilidade de entreajuda, da partilha de sentimentos religiosos; ou da partilha de um ideal para o mundo: tudo isso existe na Igreja, mas não constitui a fonte da sua vida, a sua razão de ser”.

A identidade da Igreja, indicou, surge porque “Deus deu origem: porque a amou como se fosse a sua esposa; porque nos deu, pelo batismo, a possibilidade de partilharmos a sua vida”, e, desse modo, diverge de uma “ONG, igual a tantas que procuram fazer o bem, um pouco por todo o mundo”.

“Jesus não é apenas «alguém inspirador» que, tendo vivido há dois mil anos, a todos tenha deixado um ideal de humanidade que, depois, cada crente se esforçaria por pôr em prática, e para o qual gostaríamos de mobilizar cada vez mais pessoas”, reconheceu.

D. Nuno Brás indicou “Jesus como alguém vivo, que constantemente alimenta, não com o alimento de realidades terceiras mas com o seu próprio Corpo e Sangue, de tal forma que, assim alimentados, nos vamos transformando nele”.

O alimento Eucaristia “não é apenas num encontro ritual em que reforçamos os nossos laços de amizade e entreajuda — ou sequer os laços da fé —, como sucede num qualquer banquete de família ou de antigos alunos duma escola”, mas um “Corpo que assume e que une como seus membros a quantos partilham do mesmo pão e bebem do mesmo cálice”.

“Somos também todos corresponsáveis pela vida da Igreja, cada um segundo a sua missão. Quer dizer: responsáveis pela vida do próprio corpo”, frisou.

Nenhum cristão se pode, portanto, demitir da vida da Igreja; nenhum cristão pode abandonar a Eucaristia: seria abandonar o Corpo de Cristo, seria abandonar a novidade da salvação”, sublinhou.

D. Nuno Brás finalizou a celebração pedindo que todos se façam mais de Deus.

“Que nos dê a graça de, em cada dia, nos irmos tornando mais disponíveis para vivermos a sua vida. Que nos torne mais corresponsáveis da vida uns dos outros; mais comunidade”, afirmou.

LS

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