Fátima: «É impressionante o crer e a força da fé no caminho, depois de dois anos de interregno» – Padre Feliciano Garcês

Sacerdote acompanha a pé «grupo jovem» de 332 peregrinos até ao Santuário de Fátima

Lisboa, 10 mai 2022 (Ecclesia) – O padre Feliciano Garcês disse hoje à Agência ECCLESIA que está a peregrinar a pé até ao Santuário de Fátima com mais de 300 peregrinos, um “grupo jovem” que, após dois anos de interregno, caminha com novo ânimo e “espírito de família”.

“É impressionante o crer e a força da fé no caminho, depois de dois anos de interregno, do não poder fazer. Há agora uma satisfação do ser possível e depois uma dimensão diferente que é o cuidar de si e uma atenção aos outros, algo que aprendemos da pandemia, é um espírito de família grande”, disse o sacerdote em declarações à Agência ECCLESIA.

O padre Feliciano Garcês, que caminha com o grupo da Obra da Caridade ao Doente e Paralítico de Paredes (OCDP) há 25 anos, contou que o grupo tem “crescido nos últimos anos” e foi sendo dada uma “vertente de espiritualidade e oração às peregrinações”.

Neste ano o sacerdote dehoniano destaca que “houve grande procura para a peregrinação”, depois destes dois anos limitados pela pandemia e formou-se “grupo jovem” onde sente “uma sede de descoberta e aprofundamento de fé”.

“É muita gente jovem, que tem outra preparação física. Estamos a falar de um grupo que ronda a média de 25 a 30 anos, muitos recém licenciados, o que nos dá um novo ânimo e mostra que peregrinar não é só para gente idosa”, indica.

O padre Feliciano Garcês conta que há uma “logística grande”, com mais de 90 voluntários na equipa de apoio e que levam tudo “desde a origem, desde cadeiras, mesas, louças, colchões mas também carnes, frutas e águas em camiões frigoríficos”.

A caminhar no quarto dia, o sacerdote “confessa e conversa com muita gente” e partilhou ainda uma interrogação que “reza” a cada quilómetro.

“Como padre até me interrogo, porque há muita gente que vem sobretudo da zona de Vale de Sousa, sem ligação às paróquias e interrogo-me porque aqui vêm a caminhar e vou percebendo que há sede de espiritualidade e nós, Igreja, nem sempre vamos pelos melhores caminhos para chegar até eles”, assume.

O grupo tem previsto chegar ao Santuário de Fátima no dia 11 de maio, ficando depois para a peregrinação internacional aniversária.

“Queremos chegar ao colo da mãe, apesar das bolhas e dores musculares, o caminho é longo, guardamos os sorrisos das pessoas e temos muitos pedidos de orações, no caminho passámos por pessoas que estão à porta de casa a pedir que rezemos por elas, não há uma indiferença em relação a isso e dá maior sentido à caminhada a pé”, aponta.

SN

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