Ética: Aprender deveres e distinguir bem do mal é essencial para a cidadania, diz Daniel Serrão

Artigo sobre Ano Europeu dos Cidadãos-2013 sublinha que família, escola e religiões são pilares para a «transmissão das obrigações»

Lisboa, 03 jan 2013 (Ecclesia) – Daniel Serrão, antigo membro do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, considera que a assimilação dos direitos e deveres, a par da distinção entre bem e mal, são essenciais para o exercício da cidadania.

“Para que um indivíduo se possa tornar um cidadão, vai-lhe ser preciso aprender, e aprender bem, quais são esses direitos e deveres”, salienta em artigo publicado na edição de hoje do Semanário ECCLESIA.

No texto alusivo ao Ano Europeu dos Cidadãos, que a União Europeia assinala em 2013, o membro honorário da Academia Pontifícia para a Vida [Vaticano] frisa que a transmissão das obrigações que cabem aos cidadãos “suscita um problema ético que é o da distinção entre o que é o bem e o que é o mal”.

Para Daniel Serrão os agregados familiares e os estabelecimentos de ensino são “grandes pilares que sustentam o conceito de cidadania” nas “sociedades modernas, evoluídas e democráticas”.

“A aprendizagem da capacidade de avaliação ética das perceções faz-se na Família primeiro e completa-se depois na Escola. Deste juízo individual o jovem vai passar, pela educação, para um juízo social das suas decisões, perguntando-se: será que o que vou decidir e fazer é o melhor para o bem dos outros e da sociedade?”, aponta.

No entender do vencedor do Prémio Nacional de Saúde 2010 “a sociedade espera que os cidadãos, para o serem, respeitem os valores sociais ou de moralidade pública, pois são eles que garantem a coesão social”.

“As religiões têm, neste plano, um importante papel a desempenhar na educação para a cidadania, que é o de promover a interiorização das virtudes humanas, como suporte da vivência da cidadania pelas pessoas concretas”, acrescenta.

Referindo-se ao cristianismo o especialista realça que “a virtude pessoal tem o seu fundamento nas palavras de Cristo: vivei amando-vos uns aos outros e sereis felizes; dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”.

A capacidade de sobrepor a consciência à lei, a “indignação ética” e a “objeção de consciência” constituem para Daniel Serrão os direitos que devem ser assegurados ao cidadão.

RJM

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top