Estudo denuncia pobreza escondida na diocese de Leiria

Um inquérito levado a cabo na diocese de Leiria/Fátima detectou cerca de 1300 famílias em situação de pobreza, verificada na maior parte em Marinha Grande, Marrazes e Vieira de Leiria, que são segundo o estudo realizado, das paróquias “mais populosas”. Realizado pela Comissão Diocesana Justiça e Paz, este estudo, ontem apresentado em Leiria num colóquio subordinado ao tema: «Pobreza e Exclusão Social na Diocese Leiria / Fátima», revela a dificuldade de, mesmo nas próprias comunidades, ter uma percepção dos casos de pobreza e de exclusão porque, “as pessoas afectadas procuram fugir a um a um certo estigma social escondendo a sua situação. Por outro lado – acrescentam – falta uma definição dos contornos ou do limiar da pobreza”. Através de um pequeno questionário efectuado na diocese de Leiria/Fátima, ao qual responderam 60% das paróquias, representativas de 75% da população, foi possível chegar à conclusão de que, nos lugares onde se verifica o maior número de casos de pobreza é “visível a correlação entre o número de casos e a habitação em bairros sociais de grande concentração e de difícil inserção, e o desemprego e o trabalho precário são factores decisivos”, nomeadamente na Marinha Grande e Marrazes, “aos quais se junta no caso da Vieira de Leiria, o carácter sazonal de algumas ocupações”. Procurando perceber os motivos, aos quais se associam as situações de pobreza e de exclusão social, o estudo revela que, em geral, são associados a falta de recursos humanos, a comportamentos auto-destrutivos (o alcoolismo, a toxicodependência e a prostituição), entre outros. Perante esta realidade, os inquiridos esperam um maior apoio das Entidades Oficiais para fazer face à situações existentes. A “criação de emprego e melhoria da situação económica geral”, “o apoio no acesso à habitação (rendas apoiadas, créditos bonificados…)” e uma menor burocracia, são algumas das expectativas apontadas para uma resposta mais eficaz a estes problemas verificados na diocese. Ainda em jeito de conclusão “intui-se que uma atenção local permanente é tão imprescindível como insuficiente” e entre as soluções passa “a cooperação solidária e subsidiária de todos”. A pobreza e a exclusão social foram, ainda esta semana, motivo de uma viagem de dois dias, do Presidente da República, a duas regiões do nosso país (Algarve e Alentejo), inaugurando o primeiro Roteiro para a Inclusão, com vista a alertar e combater estas realidades.

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