Esperança não é otimismo

Luísa Gonçalves, Diocese do Funchal

A reflexão sobre a diferença entre esperança e otimismo é realmente profunda e significativa, especialmente quando se pensa no contexto da fé cristã.

A esperança vai além de uma visão otimista de que “tudo vai melhorar” e aprofunda-se na confiança de que, independentemente das circunstâncias, Deus está presente connosco, oferecendo Sua graça e companhia.

Estamos no Jubileu 2025, com o tema: “Peregrinos de Esperança”. Na sua mensagem para o Dia Mundial do Doente, que se comemora amanhã dia 11 de fevereiro, o Papa Francisco aprofunda este tema (ver aqui).

Mais do que um otimismo do tipo “vai ficar tudo bem”, a esperança consiste na graça de vivermos todas as situações, mesmo as más, acompanhadas com Jesus Cristo Ressuscitado.

É o que podemos ler no Evangelho de São Lucas 24, acerca do que aconteceu com os discípulos de Emaús, que o Papa lembra na sua mensagem.

Os dois discípulos estão realizando uma partilha das suas frustrações, das suas desilusões, dos dramas que aconteceram nos últimos dias. Os dois, diz a Palavra, estavam como que cegos: não reconheceram a presença de Jesus.

Como é bom quando encontramos alguém que nos levanta e que nós podemos também ajudar a se levantar! O pior é quando acontece o contrário: encontramos alguém que nos joga ainda mais para baixo, ou quando nós somos alguém que, ao invés de levar a alegria e a esperança, levamos o desânimo, a tristeza, a murmuração e a reclamação.

O caminho de Emaús não nos chama a viver essa experiência frustrante, e sim a caminhar com o Ressuscitado e, com Ele, sermos também sinal de esperança na vida das pessoas; sermos portadores de uma palavra de fé, de uma palavra de encorajamento e de esperança.

A mensagem do Papa Francisco, ao nos convidar a ser “Peregrinos de Esperança”, reforça a ideia de que a verdadeira esperança cristã não é uma fuga das dificuldades, mas uma jornada que documenta a presença de Deus em todas as situações, mesmo nas mais complicadas porque, como diz Francisco “A esperança não Engana”.

 

(Os artigos de opinião publicados na secção ‘Opinião’ e ‘Rubricas’ do portal da Agência Ecclesia são da responsabilidade de quem os assina e vinculam apenas os seus autores.)

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