Ensino Superior: Reitora da Católica sublinha «curriculum da misericórdia» que promove «pontes» com a diferença (c/vídeo)

Instituição promoveu sessão solene, no Porto, assinalando Dia Nacional e afirmando que Portugal precisa da primeira Faculdade de Medicina não estatal

Lisboa, 07 fev 2020 (Ecclesia) – A reitora da Universidade Católica Portuguesa (UCP) disse à Agência ECCLESIA que a instituições propõe um “curriculum da misericórdia”, que ajuda os estudantes a projetar “vidas com sentido”, que procurem o “bem comum”.

“A nossa proposta de valor é um curriculum da misericórdia. Não nos cabe estar a julgar constantemente o outro, mas entendê-lo na sua diferença”, refere Isabel Capeloa Gil, numa entrevista a propósito do Dia Nacional da UCP, cuja sessão solene se assinalou hoje, no Porto.

AgÊncia ECCLESIA/MC

A responsável entende que é necessário “construir pontes com essa diferença, que pode ser até ofensiva”.

A reitora da Universidade Católica Portuguesa rejeita a ideia de uma “competitividade sem limites” ou a “destruição do outro, para subir”

Isabel Capeloa Gil, também presidente da Federação Internacional das Universidades Católicas (FIUC), vai estar presente no encontro mundial de profissionais ligados ao ensino que o Papa convocou para 14 de maio, com o objetivo de promover um “pacto educativo global” centrado na fraternidade e proteção do planeta.

“A educação é a única forma com que podemos contribuir para suplantar as desigualdades no mundo”, assinala a reitora da UCP, para quem “sem educação não se consegue erradicar a pobreza”.

O tema vai estar presente também no encontro de jovens economistas que o Papa convocou para março, em Assis, sobre a “Economia de Francisco”, visando contribuir para uma “visão mais ética do capitalismo”

“A ideia é reformar o capitalismo, não é acabar com ele”, indica Isabel Capeloa Gil, que fala no começo de um “caminho” que ajude todos a entender a economia e a gestão como instrumentos para construir “uma sociedade mais equitativa”.

Sobre a realidade nacional da UCP, a reitora destaca a expansão do Campus em Lisboa, com dois novos edifícios cuja construção se espera iniciar até ao começo de 2021, num projeto do arquiteto Carrilho da Graça.

A entrevistada explica ainda a segunda submissão para acreditação do Mestrado integrado em Medicina, apresentada em outubro de 2019, após um processo inicial rejeitado por “razões de ordem regulatória” que Isabel Capeloa Gil considera “absolutamente inadmissíveis”.

Para a responsável, é necessária a remoção de qualquer “obstáculo ideológico” neste campo.

“Só podemos acreditar que a Justiça prevalecerá”, aponta.

Na intervenção durante a sessão comemorativa do Dia da Nacional da UCP, Isabel Capeloa Gil referiu-se à necessidade de existir a primeira Faculdade de Medicina não estatal em Portugal porque “o país necessita” e “o projeto tem qualidade, parceiros de referência e reforçará a educação médica no país”.

A reitora da UCP lembrou que o projeto “é necessário para reforçar o sistema de saúde”, afirmou que “o país não se pode dar ao luxo de desperdiçar talento” e disse acreditar no “funcionamento das instituições, na transparência e na concorrência leal”.

Em declarações à Agência ECCLESIA, por ocasião da sessão comemorativa da Católica, o bispo do Porto referiu-se ao desejo da UCP iniciar um curso de Medicina “há tantas décadas”, manifestando espanto porque “não a deixam fazer”.

“Curiosamente, neste momento, a problemática não está a nível do Governo. Não sei onde está, para ele não abrir”, disse D. Manuel Linda

A sessão comemorativa do Dia Nacional da UCP aconteceu no Auditório Ilídio Pinho do Centro Regional do Porto, com a presença do bispo diocesano, D. Manuel Linda, e do presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa.

Sob o lema ‘A Universidade como protagonista do futuro’, a cerimónia incluiu a imposição das insígnias e entrega das cartas doutorais aos doutores que obtiveram o grau em 2019 e a distribuição de medalhas de prata da UCP pelos colaboradores que completaram 25 anos de serviço em 2019.

A Universidade Católica Portuguesa tem quatro centros – Lisboa (sede), Porto, Braga e Viseu; criada em 1967, é reconhecida pelo Estado como instituição universitária livre, autónoma e de utilidade pública.

A entrevista a Isabel Capeloa Gil é transmitida este domingo, no programa ‘70×7’ (RTP2), pelas 17h45.

PR/OC

(Notícia atualizada às 21h00)

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