EMRC: Disciplina «não fecha a porta a ninguém» e ajuda alunos a enfrentar melhor as dificuldades

Mariana Rodrigues começou a dar aulas em plena pandemia e fala de experiência inédita, valorizada pela comunidade escolar

Foto Ricardo Fortunato/RR

Lisboa, 11 jul 2021 (Ecclesia) – Mariana Rodrigues, professora de Educação Moral Religiosa Católica (EMRC), disse que esta disciplina “não fecha a porta a ninguém” e ajuda os alunos a enfrentar melhor as dificuldades.

“A disciplina tem esta dimensão, como digo aos alunos, não fecha as portas a ninguém. Não é porque um aluno não acredita em Deus que a disciplina fecha as portas”, realça a presidente da Associação de Estudantes da Faculdade Teologia de Lisboa, da UCP, em entrevista à Renascença e ECCLESIA, publicada e emitida hoje.

A docente, que começou a dar aulas de EMRC em plena pandemia, considera que a disciplina “tem esta abertura de tentar descodificar algumas coisas que estão nas cabeças dos miúdos”.

“Com a pandemia, esta questão de estarmos muito sozinhos, começamos a perceber que realmente precisamos dos outros, que o estar com os outros faz diferença, e acho que abordar esses temas na disciplina ajudou”, assinalou.

A a disciplina – que é de oferta obrigatória nas escolas públicas, mas de frequência facultativa – exige criatividade aos docentes, num esforço que acabar por compensar, segundo a entrevistada.

A disciplina ajuda-nos muito a ser mais humanos. A mim ajudou-me muito nisso. E isso é uma mais-valia para todos, para os alunos e para a própria sociedade. Ser mais humanos ajuda-nos na vida futura, no trabalho, nas relações com os outros”.

A jovem professora fala do seu percurso e diz encarar com naturalidade ser das poucas mulheres numa Faculdade de Teologia onde os homens são a maioria.

“Eles são todos homens, estão habituados a viver uns com os outros, e haver ali uma presença feminina, acho que para eles também é interessante”, refere.

Mariana Rodrigues foi aluna de EMRC ao longo do seu percurso escolar e optou por formar-se em Ciências Religiosas, na Universidade Católica, para poder lecionar a disciplina.

Na escola onde começou a dar aulas pela primeira vez – e onde não havia EMRC há quatro anos – teve 19 alunos, num universo de 800, mas credita que as inscrições para o próximo ano letivo vão crescer.

“Os pais valorizam quando percebem o que é a disciplina, que não é catequese, quando entendem claramente o que é trabalhado, acho que acabam por compreender a importância que tem”, indica a docente.

Ângela Roque (Renascença) e Paulo Rocha (Ecclesia)

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