«Economia de Assis»: Jovens assumem luta contra a pobreza como a única «guerra» possível

Participantes vivem encontro marcado pela preocupação com a sustentabilidade

Assis, Itália, 23 set 2022 (Ecclesia) – Os jovens participantes no encontro da ‘Economia de Francisco’, convocado pelo Papa para a cidade italiana de Assis, apelaram ao fim dos conflitos armados, pedindo que os responsáveis políticos se centrem no combate à pobreza.

O tema esteve em destaque no arranque do evento, que decorre entre quinta-feira e sábado, com a presença de mil participantes – economistas, empresários, académicos, gestores, outros profissionais e estudantes – de 120 países, incluindo uma delegação portuguesa.

“A única guerra justa é aquela que não lutamos” foi a mensagem lançada no arranque do encontro presencial, que foi adiado por mais de dois anos, devido à pandemia de Covid-19.

Foto: Vatican Media

Os participantes na iniciativa prepararam o encontro de Assis ao longo dos últimos meses, apontando ao compromisso global por uma economia mais justa e solidária.

O primeiro dia de trabalhos ficou marcado pelas críticas à produção e comércio da armas, que retiram recursos à educação e à saúde, para “alimentar as guerras”.

O professor Luigino Bruni, diretor científico do evento “A Economia de Francesco”, manifestou ao portal de notícias do Vaticano a sua “imensa e infinita gratidão ao Papa por ter confiado nestes jovens”.

“É maravilhoso ver mil jovens do mundo juntos e ver que a Europa fechada e nacionalista, fechada em guerras, é o passado. Os jovens querem mais: querem encontros, paz, fraternidade. Há uma grande esperança de um futuro melhor graças aos jovens”, apontou.

O encontro presencial, que decorre após a publicação da carta-convocatória de Francisco, a 1 de maio de 2019, é marcado pela preocupação com a sustentabilidade e a redução de emissões, como explica Giuseppe Lanzi, responsável pelo projeto ‘Custódia da Criação’: “Não usamos garrafas de plástico, não usamos material descartável”.

A agenda dos trabalhos inclui conferências, workshops e “aldeias” temáticas, sobre as questões que os vários participantes trabalharam nestes dois anos de pandemia: trabalho e cuidado; gestão e doação; finanças e humanidade; agricultura e justiça; energia e pobreza; vocação e lucro; políticas para a felicidade; CO2 da desigualdade; negócios e paz; economia é mulher; empresas em transição; vida e estilos de vida.

Após a edição online que decorreu em 2020, unindo mais de 2 mil participantes de 120 países, incluindo Portugal, Francisco vai ser recebido este sábado pelos participantes, que propõem de um “Pacto” no final dos três dias de trabalho.

Há dois anos, o encontro digital apresentou uma carta-compromisso pelo direito ao trabalho digno, respeito pelos pobres, investimento na educação, apoio à sustentabilidade, igualdade de oportunidades e o fim de paraísos fiscais.

OC

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