Ecologia: Encontro «Também Somos Terra» divulgou boas práticas e celebrou o cuidado pela criação em ambiente ecuménico

Iniciativa foi promovida pela rede «Cuidar da Casa Comum»

Foto Rede Cuidar da Casa Comum, Encontro “Também Somos Terra”

Linhó, 23 set 2019 (Ecclesia) – A rede Cuidar da Casa Comum (CCC) promoveu este sábado o encontro “Também Somos Terra” para partilhar boas prática, divulgar a encíclica “Laudato sí” e afirmar a existência de “uma espiritualidade” que determina a preocupações ecológicas.

Para Rita Veiga, da rede CCC é necessário pensar “em termos de uma ecologia integral”, que “é muito mais abrangente” do que a preocupação pela biodiversidade” e inclui as “vítimas” do desrespeito pela natureza e tem presente a “ação do Espírito”.

“Existe toda uma espiritualidade que acompanha essa preocupação, que temos de aprofundar, até porque a força com que podemos prosseguir este esforço tem muito a ver com a ação do Espírito”, afirmou em declarações à Agência ECCLESIA.

O encontro “Também Somos Terra” foi uma ocasião de partilha das ações em curso nos “Focos de Conversão Ecológica”, que existem nalgumas paróquias de Portugal, e de celebração ecuménica pelo cuidado da criação.

Para a pastora Eva Michel, da Igreja Metodista em Lisboa, as preocupações com a salvaguarda do planeta são de todas as confissões cristãs e comunidades religiosas, desafiadas a desfazer o “engano” que dava à pessoa a primazia sobre a criação.

“Durante muito tempo pensou-se que o homem é o dono da criação e tinha o direito a explorar como entendia. Felizmente, todas as Igrejas, há décadas, percebemos que isto foi um grande engano: a terra não nos foi entregue para fazermos dela o que bem entendermos, mas para cuidar dela”, afirmou.

Para Eva Michel, é necessário prosseguir uma “aprendizagem ecuménica” que recentre a pessoa humana no planeta, onde precisa do “sol, o mar, a água, os animais e as plantas” para viver.

“Nós como homens e mulheres temos de aprender urgentemente que fazemos parte da criação, somos uma parte de uma rede de vida”, sustentou.

Para Ilma Rios, clériga da Igreja Lusitana, todas as comunidades têm de estar envolvidas nas questões de salvaguarda do planeta que “assolam a humanidade”.

“No momento em que vivemos, em que o apelo é geral, não dá para falar de espiritualidade sem estar preocupado com este meio ambiente, que é a nossa fonte de vida. Nas nossas reuniões, nos nossos encontros, os cuidados com a criação estão sempre presentes porque isto também é espiritualidade”, sublinhou.

Teresa Vasconcelos, da Comissão Nacional Justiça e Paz afirmou a centralidade da encíclica “Laudato sí” na reflexão sobre o meio ambiente e no compromisso à mudança comportamental e disse que o documento do Papa é “uma referência” não só para os católicos.

“Não nos podemos cansar de falar desta encíclica que de alguma forma tocou os cristãos, como é obvio, mas tocou o mundo inteiro. A ‘Laudato sí’ tornou-se um texto de referência não apenas para os católicos”, referiu Teresa Vasconcelos, que faz parte também do Movimento GRAAL.

A rede ‘Cuidar da Casa Comum’ é constituída por instituições, organizações, obras, movimentos da Igreja Católica e de outras igrejas cristãs, pessoas a título individual, e propõe-se aprofundar e difundir a encíclica ‘Laudato si’.

O mês de setembro começou com o Dia Mundial de Oração pela Criação, a 1 de setembro, um período que termina a 4 de outubro, memória de São Francisco de Assis.

A reportagem sobre o encontro “Também Somos Terra” vai ser emitida no programa Ecclesia desta terça-feira, na RTP2, pelas 15h00.

HM/PR

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