Direitos Humanos: Rapto de missionário no Mali é alerta para «tragédia» do terrorismo – Ajuda à Igreja que Sofre

Fundação pontifícia apresenta relatório sobre perseguição aos cristãos

Foto: Fundação AIS

Lisboa, 23 nov 2022 (Ecclesia) – O presidente-executivo internacional da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) pediu orações pela “libertação imediata” do padre Ha-Jo, que foi raptado em Bamako, capital do Mali.

“Pedimos orações a todos os nossos benfeitores e amigos para a libertação imediata do padre Ha-Jo” porque “ele é um construtor de paz no meio da violência e do terrorismo”, afirmou Thomas Hene-Geldern.

A AIS tem apoiado a missão do padre Hans-Joachim, da Sociedade dos Missionários de África (também conhecidos como Padres Brancos).

“Além das orações, a AIS encoraja a comunidade internacional a fazer todos os possíveis para aliviar a situação causada pelos jihadistas nas populações do Sahel que estão a sofrer, não apenas no Mali, mas também nos países vizinhos”, disse ainda Heine-Geldern num comunicado.

Para o responsável, “o que está a acontecer é uma tragédia, uma ferida aberta no mundo”.

O padre Hans-Joachim Lohre, também conhecido entre os amigos como Ha-Jo, desenvolvia um “importante trabalho ao nível do diálogo inter-religioso, lecionando no Instituto de Educação Cristã-Islâmica”, e a sua missão era apoiada pela Fundação AIS.

O sacerdote alemão terá sido raptado, de acordo com as primeiras informações disponíveis, no domingo perto da escola onde trabalhava e num momento em que se preparava para celebrar uma missa numa igreja na região.

A notícia do rapto deste missionário “é alarmante e é um sinal também da deterioração das condições de vida para a comunidade cristã neste país africano”.

Numa mensagem gravada durante uma visita à sede internacional da Fundação AIS, o Padre Hans-Joachim Lohre lembrava a importância de se cultivar o diálogo entre religiões, mesmo num ambiente relativamente hostil como acontece desde há vários anos no Mali.

“Há quase 30 anos que vivo no Mali, na África Ocidental, mais precisamente em Bamako, onde temos um grande centro para o Diálogo Cristão-Muçulmano, que forma leigos, padres e religiosas nos estudos islâmicos. Damos-lhes um conhecimento aprofundado do Islão. Assim, quando regressarem à sua comunidade, poderão construir pontes para terem contacto com as mesquitas das proximidades”, referiu então.

A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre apresenta hoje, às 17h30, na Igreja Campo Grande, em Lisboa, o relatório ‘Perseguidos e Esquecidos?’.

O documento produzido a nível internacional pela FAIS analisa as situações “de violência e discriminação contra os cristãos no mundo”, lê-se numa nota enviada à Agência ECCLESIA

O relatório permite constatar que, no período em análise, de outubro de 2020 a setembro deste ano, assistiu-se nos 24 países em observação ao “agravamento da perseguição aos cristãos”.

LFS/OC

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