Direitos Humanos: «Hiperextremismo islamita» que ameaça a paz e a estabilidade em várias regiões – AIS

Fundação pontifícia apresenta relatório sobre liberdade religiosa

Lisboa, 17 nov 2016 (Ecclesia) – A fundação pontifícia Ajuda à Igreja que sofre (AIS) apresenta hoje em Lisboa o Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo 2014-2016, no qual denuncia o surgimento de um “hiperextremismo islamita” que ameaça a paz e a estabilidade em várias regiões.

O documento vai ser lançado a partir das 16h00, na Sociedade de Geografia, pelo deputado Fernando Negrão, presidente do Grupo Parlamentar informal de Solidariedade para com os Cristãos Perseguidos, da Assembleia da República, com a presença do arcebispo de Erbil (Iraque), D. Bashar Warda.

Segundo a AIS, “nunca o fundamentalismo religioso foi tão letal como agora”, promovendo violência “numa escala sem precedentes”.

 Segundo o Relatório sobre Liberdade Religiosa no Mundo, o surgimento, em larga escala, do fenómeno religioso do “hiperextremismo islamita” coloca em perigo “a paz mundial, estabilidade e a harmonia social do Ocidente”.

“Nalgumas regiões do Médio Oriente, que incluem o Iraque e a Síria, este hiperextremismo está a eliminar todas as formas de diversidade religiosa e ameaça fazer o mesmo em certas zonas de África e do subcontinente asiático”, pode ler-se num comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

O documento foi produzido a nível internacional por uma equipa de especialistas da Fundação AIS – que inclui académicos, religiosos e jornalistas -, avaliando a evolução, no período correspondente – de junho de 2014 a junho deste ano –, das questões relacionadas com a liberdade religiosa em 164 países.

A Assembleia da República Portuguesa reconheceu, em abril deste ano, formalmente, e por unanimidade, o “terrível genocídio” contra os cristãos e outras minorias étnicas e religiosas, em África e no Médio Oriente.

“Outra das consequências desta violência de inspiração religiosa do extremismo islâmico tem sido o aumento extraordinário do número de refugiados”, assinala a AIS.

A liberdade religiosa diminuiu em 11 dos 23 países com “piores infrações” a este direito; dos 38 países com violações mais significativas da liberdade religiosa, 55% permaneceram estáveis e apenas em 8% a situação melhorou.

O relatório aponta o dedo a “atores não-estatais”, ou seja, organizações fundamentalistas ou militantes como “responsáveis pela perseguição religiosa” em 12 países.

O prefácio do relatório é assinado pelo padre Jacques Mouradque foi detido pelo Daesh, mas fugiu cinco meses depois.

Catarina Martins Bettencourt, diretora do secretariado português da AIS, disse em entrevista ao Programa ECCLESIA (RTP2) que os cristãos são o "grupo mais perseguido" entre as várias confissões religiosas, admitindo que nos próximos cinco anos possam "desaparecer" algumas comunidades cristãs no Médio Oriente.

"Há um claro retrocesso na liberdade religiosa no mundo", alerta.

Em Portugal, a AIS vai promover desde hoje uma semana de conferências e de vigílias de oração pelos cristãos perseguidos, com a presença de D. Bashar Warda, e da irmã Guadalupe, religiosa argentina que vive na Síria.

OC

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