Direitos Humanos: Deputados do Parlamento Europeu pedem libertação de sacerdote jesuíta na Índia

Padre Stan Swamy, de 83 anos de idade, está preso há 100 dias, acusado de terrorismo

Lisboa, 15 jan 2021 (Ecclesia) – Um grupo de deputados do Parlamento Europeu exigiu a libertação imediata do padre Stan Swamy, sacerdote jesuíta preso há 100 dias, numa carta endereçada ao primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e ao embaixador da Índia para a União Europeia.

Na informação enviada hoje à Agência ECCLESIA, pelo gabinete de comunicação da Companhia de Jesus em Portugal, os 21 signatários expressam “profunda preocupação com a detenção e prisão de 16 defensores dos direitos humanos” com destaque para o padre Stan Swamy, religioso indiano de 83 anos.

Na carta, os eurodeputados destacam que o sacerdote “trabalhou durante quatro décadas pelos direitos dos povos indígenas (Adivasis)” em quatro estados indianos e nega as acusações de que é alvo.

O padre apresentou em Tribunal uma ação pública contra o Estado de Jharkhand, em nome de 3000 indígenas presos, e ao longo dos anos documentou, por exemplo, “o abuso de poder contra os jovens indígenas”.

Também no Parlamento Europeu, os três maiores grupos – Partido Popular Europeu, a Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas e Renovar a Europa -, assinaram um apelo que pede a libertação do padre Stan Swamy, enviado aos dirigentes indianos e à alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACDH), Michelle Bachelet.

O padre Stan Swamy completa hoje 100 dias desde a sua prisão, a 8 de outubro de 2020, e “é a pessoa mais velha a ser acusada de terrorismo na Índia”, assinala a Companhia de Jesus (Jesuítas) em Portugal.

O sacerdote foi detido pela autoridade antiterrorista da Índia, a National Investigation Agency (NIA), na residência dos Jesuítas na periferia de Ranchi, no Estado de Jharkhand, na zona oriental do país.

Os Jesuítas em Portugal alertam que para além da sua “idade avançada” e “das condições sanitárias precárias” em que se encontra, o padre Stan Swamy sofre de Parkinson e apresenta “um estado de saúde de enorme debilidade”.

Para além do sacerdote, as autoridades indianas prenderam mais 15 ativistas, entre os quais os advogados defensores dos direitos humanos Arun Ferreira e Sudha Bharadwaj e os escritores Vernon Gonsalvez e Varavara Rao.

A Companhia de Jesus e diferentes organizações religiosas e da sociedade civil têm-se mobilizado na Índia e a nível internacional em defesa do padre Stan Swamy e dos outros ativistas dos Direitos Humanos, disponibilizando um apelo dirigido à Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU que pode ser assinado online.

CB/OC

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